
O ex-presidente Jair Bolsonaro se manteve em silêncio ao ser abordado por jornalistas ao chegar à sede do PL, em Brasília, nesta quarta-feira, 23. Acompanhado de seu filho, Jair Renan, vereador de Balneário Camboriú (SC), Bolsonaro afirmou: "Vocês sabem que eu não posso falar". Este foi o mesmo comportamento adotado por ele no dia anterior, quando deixou o diretório do partido.

As restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do ministro Alexandre de Moraes, seguem em vigor desde o dia 18 de julho. Além de ser monitorado por uma tornozeleira eletrônica, o ex-presidente está proibido de se comunicar nas redes sociais, seja diretamente ou por meio de terceiros.
Na última segunda-feira, 21, Bolsonaro foi à Câmara dos Deputados e, ao deixar o local, mostrou a tornozeleira eletrônica aos jornalistas. O ex-presidente descreveu o dispositivo como um símbolo de "máxima humilhação", gerando repercussão nas redes sociais tanto entre seus aliados quanto na imprensa.
Após o episódio, Moraes solicitou explicações à defesa de Bolsonaro, ressaltando que a proibição inclui, entre outras coisas, a veiculação de vídeos, áudios e transcrições de entrevistas nas redes sociais, mesmo por meio de terceiros.
Em resposta à solicitação do ministro, a defesa de Bolsonaro afirmou que ele não havia descumprido a ordem judicial e que permaneceria em silêncio, sem fazer qualquer manifestação sobre o caso. Além disso, os advogados argumentaram que Bolsonaro não pode ser responsabilizado por postagens feitas por terceiros em suas redes sociais, já que ele não tem controle sobre esses atos.
A defesa também pediu um esclarecimento do ministro sobre os limites da ordem judicial, uma vez que não estavam cientes da proibição de que o ex-presidente concedesse entrevistas. Até o momento, Moraes não se manifestou sobre o pedido da defesa.
