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OBJETIVOS

Bolsonaro diz que tem povo como 'maior exército do mundo' para atingir objetivos

No mesmo discurso, Bolsonaro, em tom otimista, disse que os números da economia têm mostrado para onde nosso País está indo e disse ver o Brasil "conturbado por questões ideológicas"

5 abril 2022 - 17h30
(Foto: Reprodução/Estadão)
Terça da Carne

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira, 5, que tem o povo brasileiro como o "maior exército do mundo" para atingir seus objetivos e garantir a democracia e a liberdade no País.

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"Juntos, e ao lado do maior exército do mundo, nosso povo, atingiremos nossos objetivos e garantiremos a democracia e a liberdade", declarou o presidente em cerimônia de cumprimento aos militares promovidos a Oficiais-Generais. "Se a pátria um dia voltar a nos chamar, por ela tudo faremos, até mesmo sacrifício da própria vida", acrescentou.

Não foi a primeira vez que Bolsonaro disse ter o povo ao lado como um exército. Em ato político do PL no final de março com forte cunho eleitoreiro, o presidente declarou que tomaria decisões "contra quem quer que seja" se tiver apoio de seu "exército" de apoiadores na disputa que chamou de "luta do bem contra o mal".

A fala, desta vez, foi feita no Palácio do Planalto a uma plateia de militares, que foram chamados de "âncora do nosso País" pelo chefe do Executivo. "Isso traz tranquilidade para o governo, para seus ministros, na certeza de que o trabalho dos senhores é revertido para todos os 215 milhões de habitantes", disse o presidente, que é capitão da reserva.

Bolsonaro também declarou que as Forças Armadas estão "sempre prontas" e voltou a insinuar que seus adversários políticos agem à margem da lei. "Queremos é que todos cumpram nossa Constituição, que pode ter seus defeitos, mas é nosso norte", afirmou o chefe do Executivo no discurso. "Vírus da corrupção foi praticamente vencido", acrescentou, sem considerar as suspeitas de corrupção no Ministério da Educação reveladas pelo Estadão.

Bolsonaro ainda afirmou que o Ministério da Defesa - hoje nas mãos do general Paulo Sérgio, que foi comandante do Exército até semana passada - é a pasta que, em última análise, "pode fazer o País rumar em direção à normalidade, ao progresso e à paz". "Tenho 23 ministros, todos são importantes, mas um se destaca: é o da Defesa, porque tem as tropas em suas mãos", disse. "Aqui é mesclado de civis e militares", seguiu, ao definir seu governo.

No mesmo discurso, Bolsonaro, em tom otimista, disse que os números da economia têm mostrado para onde nosso País está indo e disse ver o Brasil "conturbado por questões ideológicas". "O bem sempre venceu o mal, e vencerá também a batalha que temos pela frente", pontuou, sobre as eleições.

Em aceno à base conservadora, importante para seus planos de reeleição, o presidente ainda ignorou a história brasileira ao dizer que os militares sempre estiveram ao lado da legalidade, o que não aconteceu, por exemplo, no golpe de 1964.

Na semana passada, Bolsonaro enalteceu a ditadura militar e minimizou os efeitos do 31 de março de 1964, data do golpe. "O que aconteceu nesse dia? Nada. Nenhum presidente da República perdeu o mandato nesse dia", disse em cerimônia no Palácio do Planalto.

De fato, o então presidente João Goulart não perdeu o mandato no dia 31 de março de 1964, mas na sequência, na madrugada de 2 de abril daquele ano, quando, mesmo estando em território nacional, o Congresso declarou vago o cargo da Presidência da República, contrariando a Constituição em vigor, promulgada em 1946.

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