O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste sábado (15) que está se movimentando nos bastidores para impedir a aprovação de Verônica Abdalla Sterman como ministra do Superior Tribunal Militar (STM). A indicação foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no último dia 8, mas precisa passar pela sabatina e pelo aval do Senado.
“Eu tenho conversado com senadores. O voto é secreto. É hora de dar um chega para lá. Não queremos esse tipo de gente dentro do Superior Tribunal Militar”, declarou Bolsonaro em entrevista à rádio 93 FM Exclusiva, do Rio de Janeiro.
A vaga em questão será aberta em abril, com a aposentadoria do atual vice-presidente da Corte, José Coêlho Ferreira. O assento é destinado a um representante da advocacia, e a nomeação segue o critério de escolha presidencial, com posterior aprovação no Legislativo.
Críticas ao STM e confronto com magistrada - Bolsonaro tem utilizado sua base de apoio para questionar a indicação de Verônica, argumentando que ela teria um alinhamento ideológico com a atual presidente do STM, Maria Elizabeth Rocha.
“A que está lá no momento assumiu a presidência e no mesmo dia falou que eu tinha que perder a patente de capitão e tirar os meus proventos”, criticou o ex-presidente, referindo-se à magistrada, que, na última quarta-feira (12), declarou ver crimes militares na conduta do ex-mandatário.
“Eu não sou réu, não estou sendo acusado de crime militar nenhum. E essa mulher que está sendo indicada para lá agora é da mesma linha dessa presidente”, argumentou Bolsonaro.
Batalha no Senado - Com o Senado como palco dessa disputa, Bolsonaro aposta na articulação com parlamentares da oposição para tentar barrar a nomeação. O voto, no entanto, é secreto, o que torna o cenário incerto.
O Superior Tribunal Militar tem um papel central no julgamento de crimes militares e, ao longo dos últimos anos, tornou-se alvo de debates sobre seu funcionamento e composição. A eventual aprovação de Verônica reforçaria a presença de indicados por Lula na Corte, algo que desagrada setores bolsonaristas.
Agora, resta saber se o ex-presidente ainda mantém força política suficiente para influenciar o Senado em uma votação decisiva para o governo petista.
