Na madrugada desta quarta-feira (06 de novembro), Jair Bolsonaro parabenizou Donald Trump pela vitória na eleição dos Estados Unidos. Em sua conta no X (antigo Twitter), o ex-presidente brasileiro escreveu: “Testemunhamos o ressurgimento de um verdadeiro guerreiro”. Bolsonaro, que hoje está inelegível, aproveitou para falar sobre a própria trajetória, sugerindo que sua situação poderia seguir os passos de Trump, que também enfrentou questões judiciais, mas conseguiu concorrer e vencer.
Impedido de participar de eleições até 2030, Bolsonaro relacionou a vitória de Trump com o que acredita ser seu destino político. “Talvez em breve Deus também nos conceda a chance de concluir nossa missão com dignidade e nos devolva tudo o que foi tirado de nós”, afirmou, sugerindo a possibilidade de uma “nova chance” para voltar à política.
As condenações que tiraram Bolsonaro das eleições - As condenações de Bolsonaro foram decididas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o considerou culpado por abuso de poder político em três casos — dois deles ainda em vigor. Em junho de 2023, o TSE condenou Bolsonaro por usar o cargo de presidente para questionar o sistema de votação eletrônica sem provas, em uma reunião com embaixadores. Ele ficou inelegível por oito anos.
A segunda condenação aconteceu em outubro de 2023, após Bolsonaro usar o feriado de 7 de setembro para fazer discursos de campanha, o que o TSE considerou abuso de poder político. Essa decisão acrescentou mais uma pena de inelegibilidade, também de oito anos, e uma multa de R$ 425 mil. Uma terceira decisão, em novembro, foi anulada pelo TSE, mas as duas primeiras continuam valendo, impedindo Bolsonaro de concorrer a eleições até 2030.
Outras investigações - Além das condenações no TSE, Bolsonaro enfrenta investigações em outras áreas. Ele é investigado por suspeita de fraude no cartão de vacinação e por questões relacionadas a joias recebidas da Arábia Saudita. Caso o Ministério Público faça uma denúncia e a Justiça aceite, Bolsonaro poderá responder a esses casos formalmente.
Situações semelhantes, regras diferentes - Enquanto Bolsonaro está inelegível, Trump conseguiu participar das eleições americanas, mesmo com questões judiciais pendentes e uma condenação por pagamentos ocultos a uma atriz. Nos Estados Unidos, a legislação permite que candidatos concorram mesmo se enfrentarem processos. Bolsonaro vê essa diferença como uma motivação para tentar reverter sua situação no Brasil, já que ele acredita que foi tratado injustamente pelo TSE.
Com Trump prestes a voltar à Casa Branca em 2025, Bolsonaro enxerga na vitória do republicano uma inspiração para o próprio futuro. Para ele, a eleição de Trump representa uma nova esperança de que um dia ele também possa voltar à política.
