
Um laudo médico da Polícia Federal concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro precisa passar por uma cirurgia para tratar de uma hérnia inguinal bilateral e que outro procedimento, o bloqueio do nervo frênico, pode ajudar a aliviar os soluços persistentes que o acompanham há anos.
A avaliação foi feita por uma junta médica da PF após autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Os peritos consideram que a cirurgia é urgente, citando o agravamento do quadro clínico de Bolsonaro, que enfrenta dificuldades para dormir e se alimentar, além do risco de complicações pela pressão intra-abdominal causada pelas hérnias.
A decisão sobre autorizar ou não a internação agora está nas mãos de Moraes. A defesa do ex-presidente já havia solicitado, no dia 9 de dezembro, que ele fosse transferido para o hospital DF Star, em Brasília, onde os procedimentos médicos seriam realizados.
Segundo o relato feito por Bolsonaro à equipe da PF, os episódios de soluços começaram em 2018, após a primeira cirurgia relacionada ao atentado a faca que sofreu durante a campanha presidencial. O sintoma teria se agravado progressivamente após cada uma das sete cirurgias pelas quais passou. Nos últimos sete meses, o ex-presidente afirmou que os soluços são quase constantes, com curtos períodos de alívio.
"Nos últimos sete meses, o periciado afirma que chegou a ficar de um a dois dias sem soluçar, mas que o quadro retorna e perdura por dias, trazendo prejuízo na alimentação e no sono", relatou o laudo da perícia.
Bolsonaro está preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, em razão da investigação sobre sua participação em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório médico deverá ser levado em consideração por Moraes para definir se ele será liberado para tratamento hospitalar.

