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Bolsonaro é capa da The Economist e é comparado ao "Viking do Capitólio"

Revista britânica destaca o julgamento do ex-presidente brasileiro por tentativa de golpe após as eleições de 2022

28 agosto 2025 - 12h05Juliano Galisi
The Economist retrata Bolsonaro com chapéu semelhante ao do Viking do Capitólio, enquanto o julgamento do ex-presidente se aproxima
The Economist retrata Bolsonaro com chapéu semelhante ao do "Viking do Capitólio", enquanto o julgamento do ex-presidente se aproxima - Foto: The Economist

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está na capa da revista britânica The Economist desta semana, que chega às bancas nesta quinta-feira (28). A publicação ilustra Bolsonaro com um chapéu que remete ao "Viking do Capitólio", apelido dado a Jake Chansley, um dos ativistas de extrema direita que participou da invasão ao Congresso dos Estados Unidos em janeiro de 2021.

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O comparativo ocorre enquanto o julgamento de Bolsonaro e de seus aliados próximos se aproxima, previsto para terça-feira, 2 de setembro. O ex-presidente é acusado de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, sendo investigado por sua participação nos eventos de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores invadiram as sedes dos Três Poderes no Brasil.

A The Economist também destaca a diferença entre a postura do Brasil e Estados Unidos diante de episódios golpistas. A revista faz uma comparação, elogiando a postura do Brasil em investigar e processar Bolsonaro, enquanto Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, que incitou a invasão ao Capitólio, segue com a possibilidade de concorrer novamente à presidência em 2024. Trump também perdoou mais de 1.500 invasores, incluindo o próprio “Viking”.

A revista aponta que, enquanto os Estados Unidos parecem cada vez mais inclinados ao autoritarismo e à corrupção, o Brasil está tomando atitudes importantes para salvaguardar sua democracia, com um julgamento contra Bolsonaro em andamento. O deputado Rodolfo Nogueira reforçou esse ponto ao dizer que, apesar da pressão de Trump, o Brasil segue determinado a manter a justiça e fortalecer o ambiente democrático.

O julgamento de Bolsonaro e outros aliados próximos ocorrerá entre 2 e 12 de setembro. Eles estão sendo acusados de participação no "núcleo crucial" da tentativa de golpe, com o caso sendo dividido em diferentes núcleos de investigação. A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que o 8 de janeiro foi a última tentativa do golpe, e que ela foi facilitada por decisões de Bolsonaro e seus aliados.

A acusação inclui omissões dolosas, ou seja, ações deliberadas para facilitar os ataques às instituições brasileiras. Bolsonaro e 33 outras pessoas estão sendo processadas, com 31 réus diretamente envolvidos no esquema, de acordo com a PGR.

Jake Chansley, conhecido como "Viking do Capitólio", tornou-se um símbolo do ataque à sede do Congresso dos EUA em 2021. Ele usava um traje peculiar durante a invasão e foi condenado a 41 meses de prisão. Chansley, junto a outros manifestantes, ajudou a interromper a ratificação da vitória de Joe Biden nas eleições de 2020.

Embora Trump tenha sido acusado de quatro crimes por sua incitação à invasão do Capitólio, ele foi permitido a continuar sua candidatura em 2024. Após vencer as eleições, Trump perdoou mais de 1.500 pessoas envolvidas na invasão, incluindo o “Viking do Capitólio”. Esse perdão foi um reflexo das políticas do ex-presidente, que continua sendo uma figura polarizadora na política americana.

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