
A eleição municipal de Campo Grande ganhou um novo capítulo neste domingo, 6 de outubro, com a divulgação da pesquisa de boca de urna do Instituto Ranking Brasil. O levantamento apontou uma disputa apertada entre três candidatos na corrida pela prefeitura da capital de Mato Grosso do Sul: a atual prefeita, Adriane Lopes (PP), a ex-superintendente da Sudeco, Rose Modesto (União Brasil), e o deputado federal Beto Pereira (PSDB). Embora a eleição municipal esteja sempre no radar dos campo-grandenses, o cenário atual parece estar deixando todo mundo com a respiração suspensa.

Adriane, que assumiu o cargo em 2022 após a renúncia do ex-prefeito Marquinhos Trad, lidera com 30,5% dos votos válidos, um desempenho que reflete sua aposta na continuidade. Logo atrás, com 30%, Rose Modesto tenta um retorno à política municipal, agora com a força de União Brasil. Em terceiro lugar, mas não tão distante, Beto Pereira, com 26%, alimenta a esperança de ultrapassar as adversárias e conquistar um lugar no segundo turno. Ele tem seu próprio histórico de alianças e apoios no Estado, o que o torna um concorrente de peso.
A disputa está quente, mas o segundo turno parece garantido - O resultado da pesquisa deixou claro o que já se imaginava: ninguém vai ganhar no primeiro turno. Com três candidatos concentrando cerca de 90% dos votos válidos, a expectativa é que a disputa se estenda até o segundo turno. Camila Jara (PT), apesar de ser uma figura em ascensão no cenário político local, aparece distante, com 11%, o que praticamente a tira da corrida. Os outros candidatos somam pouco mais que migalhas: Beto Figueiró (Novo) com 2%, Ubirajara Martins (DC) e Luso Queiroz (PSOL) dividem o fundo do poço, cada um com 0,20%.
Mas quem está realmente no páreo, segundo a boca de urna, é o trio Adriane-Rose-Beto. A diferença de votos entre Adriane e Rose é mínima, quase irrelevante, e Beto, com seus 26%, não está tão longe assim para ser descartado. Em uma eleição que parece se decidir no detalhe, até o comportamento dos eleitores ao longo da tarde pode ter impacto na definição de quem seguirá para a disputa final.
O jogo da política local em xeque - Se há uma palavra que define o clima em Campo Grande neste momento é incerteza. Apesar de Adriane Lopes ter conquistado a simpatia de boa parte do eleitorado por sua atuação à frente da prefeitura, sua campanha sofreu críticas por falta de inovação e por estar ligada ao legado de Marquinhos Trad, que deixou o cargo de forma não muito gloriosa. Rose Modesto, por outro lado, tenta conquistar o eleitorado com a promessa de renovação, mas carrega o peso de ser vista como uma candidata de carreira, tendo passado por diversos cargos ao longo dos anos.
Beto Pereira, que há meses vinha sendo considerado um "terceiro colocado confortável", agora parece ser o candidato com mais a perder – ou mais a ganhar – dependendo de como os votos forem computados no final do dia. A dúvida é se ele conseguirá atrair eleitores de última hora e se posicionar como o "alternativo viável" à polarização entre Adriane e Rose.
O que está em jogo - Não é só a liderança da cidade que está em jogo. O futuro da política local, as alianças que serão formadas nos próximos anos e a relação da capital com o governo estadual e federal dependem do desfecho desta eleição. Os resultados parciais indicam que os eleitores campo-grandenses estão divididos entre a continuidade, a mudança ou uma terceira via que ainda tenta se afirmar.
E, claro, o segundo turno promete ser um campo minado de negociações, com os candidatos que ficaram pelo caminho tentando negociar apoios e firmar acordos que possam definir o vencedor.
Enquanto isso, a cidade assiste, em expectativa. Mais uma vez, a política em Campo Grande prova que pode ser tudo, menos previsível.
