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SEGURANÇA

Governo suspeita que bebidas com metanol vieram de etanol adulterado

Governo suspeita que bebidas com metanol vieram de etanol adulterado

10 outubro 2025 - 13h45Gonçalo Junior
Governo de SP suspeita que bebidas com metanol foram feitas com etanol adulterado comprado em postos da mesma rede.
Governo de SP suspeita que bebidas com metanol foram feitas com etanol adulterado comprado em postos da mesma rede. - Foto: Reprodução/TV Globo

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou nesta sexta-feira (10) que os casos de intoxicação por bebidas alcoólicas contaminadas com metanol podem estar ligados à compra de etanol adulterado em um mesmo posto de combustível ou rede.

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“Como a concentração foi muito alta, de 36% a 40% de metanol nas bebidas, é um número grande. Ainda é uma suspeita, mas pode ser que tenham adquirido o etanol no mesmo posto ou na mesma rede”, declarou Derrite.

O secretário reforçou que a hipótese ainda não foi confirmada, mas apontou que, se comprovada, a descoberta pode indicar a origem da contaminação e ajudar a conter novos casos.

Fábrica clandestina ligada a mortes - A Polícia Civil de São Paulo localizou nesta sexta-feira (10) uma fábrica clandestina em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, responsável pela produção e distribuição de bebidas adulteradas com metanol. Segundo as autoridades, o local está diretamente ligado a pelo menos duas das mortes registradas no Estado.

Durante a operação, uma pessoa foi presa. De acordo com Derrite, as bebidas ingeridas por vítimas em um bar na Mooca, na zona leste da capital, foram produzidas nessa mesma fábrica.

Além de São Bernardo do Campo, endereços em São Caetano do Sul e na capital paulista também foram vistoriados nesta sexta-feira. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), oito suspeitos foram levados à delegacia para prestar depoimento.

A polícia apreendeu garrafas, bebidas, celulares e documentos que serão analisados para rastrear a cadeia de produção e identificar outros envolvidos.

Derrite também levantou a possibilidade de que a adulteração tenha ocorrido por engano, em razão da alta concentração de metanol no etanol usado pelos falsificadores.

“Não quero absolver o criminoso, mas pode ser que eles não soubessem dessa concentração tão grande de metanol dentro do etanol adquirido para adulteração”, afirmou o secretário.

Segundo a SSP, a empresa clandestina usava etanol comprado em postos de combustíveis para fabricar bebidas alcoólicas de forma irregular, o que teria provocado a contaminação.

Avanço das investigações - As investigações continuam para determinar a origem exata do etanol contaminado e se há outras fábricas ou distribuidores envolvidos. Derrite destacou que ainda não há indícios da capilaridade da rede de distribuição das bebidas adulteradas.

O caso é tratado como prioridade pela Secretaria da Segurança Pública e pelo Ministério da Justiça, devido à gravidade da contaminação e ao risco à saúde pública.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil já contabiliza 24 casos confirmados de intoxicação por metanol, com ocorrências nos estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.

Outras 235 notificações suspeitas estão em investigação, a maioria concentrada em São Paulo.

O primeiro caso fatal foi registrado justamente no estado paulista, onde a polícia encontrou vínculo direto entre as vítimas e bebidas produzidas na fábrica de São Bernardo do Campo.

O governo reforça o alerta para que consumidores evitem bebidas sem procedência e denunciem suspeitas de adulteração à polícia ou aos órgãos de vigilância sanitária.

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