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23 de setembro de 2025 - 11h15
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POLÍTICA

Barroso critica ameaça de impeachment a ministros do STF

Em entrevista ao Roda Viva, presidente do Supremo rebate discurso bolsonarista e afirma que impeachment não deve ser usado para eliminar adversários políticos

23 setembro 2025 - 08h35Lavínia Kaucz
Ministro Luís Roberto Barroso foi o entrevistado do Roda Viva nesta segunda-feira, 22
Ministro Luís Roberto Barroso foi o entrevistado do Roda Viva nesta segunda-feira, 22 - (Foto: Nadja Kouchi/TV Cultura)
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, fez críticas contundentes à movimentação de grupos bolsonaristas que planejam, a partir de 2027, eleger senadores suficientes para aprovar o impeachment de ministros da Corte, especialmente de Alexandre de Moraes.

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Durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, exibida na noite de segunda-feira (22), Barroso afirmou que o impeachment não pode ser tratado como ferramenta para retirar adversários do jogo político.

“Impeachment não é um produto de prateleira para você tirar da vida pública quem você não gosta”, declarou.

Para Barroso, o instituto do impeachment deve ser reservado a situações graves e excepcionais, envolvendo crimes de responsabilidade, e não ser banalizado como estratégia política.

“Fazer impeachment de ministro do Supremo não faz nenhum sentido e é uma forma feia de fazer política. É como se, em vez de jogar o jogo, você quisesse tirar de campo quem não te agrada.”

Conservadorismo, democracia e o custo do Judiciário

O ministro também comentou sobre o avanço da direita nas próximas eleições e afirmou que não vê problema em um Congresso mais conservador, caso essa seja a vontade do eleitorado. Segundo ele, a democracia é feita do embate legítimo entre ideias opostas, desde que se respeitem as regras do jogo. “Se o ex-presidente Jair Bolsonaro tem apoiadores e conseguir elegê-los para o Senado, isso faz parte da vida democrática.”

Ao ser questionado sobre o alto custo do Judiciário brasileiro, que consome 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB), Barroso reconheceu o impacto, mas justificou a despesa com base na capilaridade da instituição, presente em todas as regiões do país.

“O Judiciário brasileiro custa o custo da presença do Estado em todo o País, e uma presença que faz muita diferença na vida das pessoas.”

O presidente do STF também defendeu os salários da magistratura, alegando que remunerações atrativas são essenciais para atrair os melhores profissionais para os tribunais. “Se você não paga bem os juízes, você não recruta os melhores nomes. Você fica com o que sobrou. E eu não quero o que sobrou.”

Segundo Barroso, é preciso manter os salários dentro dos limites legais, mas sem abrir mão da qualidade técnica da magistratura.

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