
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou nesta segunda-feira (2) que as comemorações do 7 de setembro devem ocorrer dentro da normalidade, mesmo diante do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros réus envolvidos na tentativa de golpe de Estado.

Durante evento no Rio de Janeiro, Barroso destacou que a data deve ser um momento de união e não de tensão. “É a data da Independência do Brasil que deve ser comemorada com alegria por liberais, conservadores e progressistas. Não há nenhuma razão para haver nenhum tipo de tensão no século 21”, declarou.
Distensão sem renúncia às convicções
Barroso ressaltou a importância de promover um ambiente de distensão política no Brasil, sem que isso signifique abrir mão de valores e convicções pessoais. “Acho que quem é conservador deve defender os seus pontos de vista, quem é progressista deve defender os seus. Ter respeito e consideração pelo outro não significa abrir mão de suas próprias convicções. Alternância do poder é uma bênção”, afirmou o ministro.
Balanço da presidência no STF
Com mandato à frente do STF previsto para encerrar no próximo dia 28 de setembro, Barroso avaliou de forma positiva os dois anos de sua gestão. Ele destacou avanços institucionais e sociais no período.
“Conseguimos uma relação harmoniosa com os poderes. Tivemos muitos avanços que não ficaram tão evidentes, como iniciativas para inclusão de gênero e raça, compromisso com questões climáticas, maior acesso à informação. São mudanças com menos apelo, mas importantes para o Judiciário”, pontuou.
Barroso tem reforçado a necessidade de equilíbrio institucional e respeito à democracia em meio ao cenário político polarizado do País. O julgamento de Jair Bolsonaro e de membros do núcleo central da tentativa de ruptura democrática segue em andamento no STF.
