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MOVIMENTO SEM-TERRA

Barracos sem-terra voltam a aparecer e Zeca do PT compara a acampamentos bolsonaristas

O parlamentar considera o movimento "normal", e comparou aos protestos em frente aos quarteis

22 fevereiro 2023 - 10h10Carlos Ferreira
Zeca do PT
Zeca do PT - (Foto: Wagner Guimarães)

Após a repercussão de acampamentos sem-terra se formarem às margens da MS-164 e em Japorã, em menos de dois meses da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado Zeca do PT se manifestou sobre a situação. O parlamentar considera o movimento "normal", e comparou aos protestos em frente aos quarteis.

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“Acho normal, do mesmo jeito que eleitores do Bolsonaro acamparam em frente aos quarteis fazendo agitação política e pedindo ditadura militar. Ninguém falou absolutamente nada”, declarou. Zeca justificou que o movimento ocorre em função de demanda retraída na gestão passada, por falta de aquisição de área para trabalhadores rurais que querem produzir no campo, e pela expectativa criada com o governo de Lula.

Zeca reforçou ser contra a “ocupação de terra por ocupação de terra”, ressaltando a necessidade de paciência para aguardar as ações completas do novo governo para aquisição de terras para assentamento. Ele pontuou que, enquanto novas áreas não saem, está empenhado em garantir melhores condições a quem já tem uma terra para cultivo.

“Acho que a primeira coisa que temos que fazer, e estou empenhado nisso, é buscar condições para que os assentamentos que já existem, aldeias e comunidades quilombolas possam ter uma política para melhorar sua vida, produzir, ter nova expectativa, renda e viver com dignidade”, disse.

Carnaval Vermelho
Movimentos sem-terra já estão realizados

Movimentação - A Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) iniciou, no último sábado (18), a ocupação de propriedades em mais de dez cidades em São Paulo, Mato Grosso do Sul e no Paraná.

Chamada de “Carnaval Vermelho”, a ação reivindica “terra, trabalho, moradia e educação, através da ocupação de terras que já foram reconhecidas como públicas pela Justiça, porém ainda permanecem abandonadas sem cumprir seu uso social”, diz nota da FNL.

No Estado a concentração aconteceu em Japorã, a 465 km de Campo Grande, onde organizadores da região ocuparam a Fazenda Fernanda, que teve sua matrícula cancelada pela justica e aguarda decisao judicial.

Repúdio - Mais cedo a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) divulgou nota para repudiar invasão a propriedades, públicas ou privadas, destinadas à produção agroindustrial. A entidade "clama para que o atual governo intervenha junto às lideranças dos movimentos insurgentes no sentido de apaziguar a vida no campo, para que a agricultura e a pecuária brasileiras continuem sendo a locomotiva da economia nacional, cuja contribuição se mantenha ou até supere os 25% de nosso PIB".

A manifestação decorre do movimento intitulado de "Carnaval Vermelho", realizado pela Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade (FNL), que consiste em ocupações rurais e urbanas. Em nota à imprensa, a FLN afirmou que as ocupações, feitas em dez cidades brasileiras, visam pressionar pela distribuição e titulação de "terras públicas abandonadas pelo Poder Público".

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