
Nesta quinta-feira (31 de outubro de 2024_, o vice-governador de Mato Grosso do Sul, José Carlos Barbosa (PSD), conhecido como Barbosinha, participou de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Planalto. O encontro, que reuniu governadores e representantes de todos os estados, teve como tema principal a nova Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança, que o governo federal pretende enviar ao Congresso Nacional para melhorar o sistema de segurança no país.

Barbosinha foi ao evento representar o Mato Grosso do Sul, já que o governador Eduardo Riedel (PSDB) está retornando de um compromisso em Londres. Como ex-secretário de Segurança Pública, o vice-governador aproveitou a reunião para falar sobre a importância de reforçar a segurança nas fronteiras, devido ao alto índice de tráfico de drogas e crimes organizados na região.
Pedido de apoio para as regiões de fronteira - Na reunião, Barbosinha pediu que a PEC da Segurança tenha medidas específicas para estados que fazem fronteira com outros países, como o Mato Grosso do Sul. Ele destacou que o estado enfrenta muitos problemas com o tráfico de drogas e com grupos criminosos. Segundo ele, mais de 80% dos presos nas cadeias de MS estão ligados ao tráfico, e isso gera um alto custo para o governo local. “Eles deveriam estar em presídios federais. Isso pesa muito para os estados de fronteira”, afirmou Barbosinha, pedindo que o governo federal ajude a custear essas despesas.
O vice-governador também mostrou preocupação com o plano de transformar a Polícia Rodoviária Federal (PRF) em uma Polícia Ostensiva. Ele teme que isso reduza o número de agentes nas rodovias federais de Mato Grosso do Sul, que já têm pouco policiamento. “Hoje as forças de segurança trabalham juntas, mas o número de policiais é pequeno. Se a PRF mudar, pode piorar a segurança nas estradas”, disse ele.
Propostas para um sistema de segurança unificado - Barbosinha também sugeriu que o Brasil precisa organizar melhor o sistema de segurança, criando um cadastro único de identidade e uma base de dados unificada para criminosos. “Um país do tamanho do Brasil precisa de um sistema centralizado, com todas as informações no mesmo lugar”, afirmou.
Ele também questionou por que as operadoras de celular ainda não bloqueiam o sinal de telefone perto dos presídios. Segundo Barbosinha, as empresas de telecomunicação deveriam ser obrigadas a bloquear esses sinais para evitar que presos se comuniquem com o mundo exterior. “Parece que as operadoras veem os presídios como um mercado. Elas precisam ser responsabilizadas por isso”, criticou.
Reforço nas fronteiras para combater o crime - Ao final da reunião, Barbosinha reforçou o pedido para fortalecer a segurança nas fronteiras. Para ele, cuidar das fronteiras é essencial para reduzir o crime organizado no país. “Estamos praticamente sem proteção nas fronteiras. Reforçar a segurança nessas áreas é importante para o Brasil. Mato Grosso do Sul trabalha para o Brasil e para o mundo. Proteger as fronteiras é fundamental para combater o crime”, concluiu.
Essa reunião entre o presidente e os governadores foi a primeira de uma série que o governo federal pretende realizar para definir os detalhes da PEC da Segurança. O objetivo é discutir as principais necessidades de cada região para melhorar a segurança em todo o país.
