
A proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pretende acabar com a escala de trabalho 6x1, instituindo uma jornada de quatro dias semanais, tem gerado opiniões mistas entre os deputados de Mato Grosso do Sul.

A medida, apresentada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), até ontem a noite (11) acumula o apoio de 134 parlamentares, incluindo nomes de destaque na bancada sul-mato-grossense, enquanto enfrenta resistência de outros membros preocupados com os impactos econômicos da proposta.
Os deputados Camila Jara (PT), Vander Loubet (PT), Dagoberto Nogueira (PSDB) e Geraldo Resende (PSDB) manifestaram-se favoráveis ao projeto. Eles acreditam que a nova estrutura de trabalho poderá beneficiar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, promovendo um equilíbrio entre vida profissional e pessoal. "Mais do que garantir descanso a funcionários. É benefício para a empresa. Chegou a hora de transformar essa luta em realidade. Vamos juntos melhorar a vida dos trabalhadores e fortalecer a nossa economia", declarou Camila Jara. O deputado Beto Pereira (PSDB) ainda não votou na PEC.
Em contrapartida, o deputado Marcos Pollon (PL) apontou que a alteração na jornada poderá elevar os custos de produção, prejudicando a economia e aumentando a pressão sobre empresas e trabalhadores. "A proposta pode impactar negativamente na rotina de trabalho e no custo de produção, afetando os mais carentes," destacou Pollon, afirmando que a redução dos dias trabalhados é uma solução simplista para um problema complexo.
Outro opositor da proposta, o deputado Dr. Luiz Ovando (PP), afirmou que a PEC é uma "armadilha" que poderia trazer desemprego, cortes salariais e maior precariedade ao mercado de trabalho. Para ele, a ideia de reduzir a jornada semanal é arriscada e pode ser prejudicial a setores que exigem funcionamento contínuo. "A proposta vai contra a realidade econômica e pode trazer mais desvantagens do que benefícios," alertou Ovando.
O governo federal, por meio do Ministério do Trabalho, também se posicionou sobre o tema, afirmando que a redução da jornada é "plenamente possível e saudável", mas que requer uma discussão abrangente entre todos os setores para avaliar as particularidades de cada área.
A PEC necessita ainda do apoio de 171 deputados para iniciar sua tramitação oficial na Câmara. A base do governo, formada pelo PT e PSOL, tem liderado a adesão à proposta, enquanto a oposição segue dividida quanto ao apoio.
