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POLÍTICA

Ricardo Ayres se defende em Operação Fames19, que mira desvio de cestas básicas na pandemia

Ayres nega participação em esquema e destaca que emenda foi repassada ao Executivo estadual

4 setembro 2025 - 15h05
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Assembleia e residências de investigados na segunda fase da Operação Fames19
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Assembleia e residências de investigados na segunda fase da Operação Fames19 - Assembléia Legislativa TO/Divulgação
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O deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos-TO) afirmou nesta quinta-feira (4) que, apesar de alvo da segunda fase da Operação Fames19, conduzia por “serenidade” sua defesa, afirmando que sua conduta seguirá sem mancha após o esclarecimento dos fatos. A investigação da Polícia Federal mira suspeitas de desvio de recursos destinados à compra de cestas básicas durante a pandemia de covid19 no Tocantins em 2020 e 2021.

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Em nota divulgada à Agência Brasil, Ayres ressaltou que sua participação nos supostos desvios se limita à destinação da emenda — “cuja compra e entrega foram de responsabilidade do Poder Executivo estadual”. Segundo ele, “há apenas uma nota fiscal com meu nome manuscrito”, cujo valor corresponde exatamente ao da emenda. “Não há diálogos, movimentação ou envolvimento meu nos recursos”, concluiu.

A operação foi autorizada pelo ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), atendendo a indícios de que parlamentares recebiam valores previamente estipulados por cestas angariadas por meio de emendas. O esquema teria desviado até R$73 milhões, considerando contratações na ordem de R$97 milhões para cestas básicas e frangos congelados.

Medidas judiciais e repercussão política

A operação levou à substituição imediata do governador Wanderley Barbosa (Republicanos) por seu vice, Laurez Moreira, após determinação do STJ. O afastamento, com duração mínima de 180 dias, vale também para sua esposa, Karynne Sotero Campos, que ocupava cargo de secretária estadual extraordinária de Participações Sociais. Ambos foram banidos de prédios públicos estaduais e da Assembleia Legislativa.

Além disso, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos gabinetes de dez deputados estaduais, incluindo o presidente da Assembleia, Amélio Cayres (Republicanos), bem como em endereços vinculados a empresários envolvidos no esquema. O ministro também suspendeu atividades econômicas de 18 empresas por um ano e impôs restrições de contato a sete investigados com outros suspeitos e servidores públicos.

Receita da ação e resposta de Ayres

Ricardo Ayres declarou:

“Reitero meu absoluto respeito às instituições e ao trabalho investigativo em curso, colocando-me integralmente à disposição para colaborar com as autoridades sempre que necessário, certo de que os fatos serão devidamente esclarecidos.”

O parlamentar enfatiza que a menção ao seu nome em documentos fiscais e planilhas foi feita por terceiros, usada para controle interno da empresa responsável e sem sua intervenção.

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