
Em uma sessão emocionante na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), o deputado Professor Rinaldo Modesto (Podemos) destacou o alarmante aumento dos feminicídios no estado. De janeiro a agosto de 2025, 21 mulheres foram assassinadas em Mato Grosso do Sul simplesmente por serem mulheres. Durante o debate, Modesto, autor da Lei 4969/2016 que instituiu o "Agosto Lilás", chamou a atenção para a gravidade da situação e a necessidade de ações urgentes para combater a violência contra as mulheres.

"O mês de agosto é um mês de conscientização, mas, infelizmente, esses números continuam crescendo. Não estamos falando de estatísticas, estamos falando de vidas. Mulheres que eram mães, filhas, avós, amigas, e que perderam suas vidas por serem mulheres", afirmou o deputado, que leu os nomes de todas as 21 vítimas de feminicídios no estado, incluindo casos chocantes, como o de Michely Rios Midon Orue, que foi assassinada com 18 facadas pelo próprio filho.
O parlamentar destacou que, em apenas sete meses de 2025, Mato Grosso do Sul registrou uma média de três feminicídios por mês. Para ele, é inadmissível que a sociedade continue a normalizar essa realidade, sem que haja ações efetivas e contundentes. "Nós não podemos continuar perdendo mulheres enquanto discutimos ações tímidas e paliativas. É preciso agir com firmeza, urgência e coragem", enfatizou.
Entre as medidas propostas por Professor Rinaldo Modesto estão o fortalecimento das redes de proteção à mulher, com a criação de novas casas de apoio, o aumento do número de patrulhas especializadas e o oferecimento de apoio psicológico para as vítimas e suas famílias. O deputado também reforçou a importância de um trabalho preventivo na educação para quebrar o ciclo da violência e defendeu punições mais severas para os agressores.
Luta contra a violência é responsabilidade de todos
Modesto frisou que a luta contra a violência à mulher não deve ser de um único grupo político ou bancada, mas de toda a sociedade. "Onde morre uma mulher, morre um pedaço da humanidade", afirmou, reforçando que, em respeito às famílias das vítimas e pela justiça, o compromisso deve ser firme para que nenhuma mulher seja mais lembrada como uma vítima de feminicídio.
Ele também mencionou um projeto de sua autoria que trata da obrigação do agressor pagar as despesas decorrentes da violência, incluindo custos com psicólogos, delegados e Ministério Público, como uma forma de penalizar economicamente os agressores. "Temos que ter penas mais duras, e nesse mês de conscientização, que possamos dar a proteção devida que as mulheres sul-mato-grossenses merecem", concluiu o deputado.
