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MOBILIZAÇÃO POLÍTICA

Apoiadores de Bolsonaro fazem atos em todo o Brasil contra Alexandre de Moraes

Organizados por Silas Malafaia, protestos ocorrem em várias cidades com foco na defesa do ex-presidente e críticas ao STF

3 agosto 2025 - 14h45Juliano Galisi
Presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes (STF) são alvos dos bolsonaristas que participam, neste domingo, de manifestação na Avenida Paulista
Presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes (STF) são alvos dos bolsonaristas que participam, neste domingo, de manifestação na Avenida Paulista - Foto: Felipe Rau/Estadão

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizam neste domingo, 3, manifestações em diferentes cidades brasileiras em defesa do ex-chefe do Executivo e contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em São Paulo, o ato principal acontece na Avenida Paulista, a partir das 14h, com organização do pastor Silas Malafaia.

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Sob o mote “Reaja, Brasil”, os protestos criticam as decisões judiciais contra Bolsonaro e buscam reforçar a narrativa de que o ministro Moraes atua com viés político ao conduzir investigações e processos que envolvem o ex-presidente e seus aliados.

Presenças divididas entre cidades

Impedido de participar presencialmente por medidas cautelares impostas pelo STF desde 18 de julho, Bolsonaro ficará recolhido em casa durante o final de semana. A ausência do ex-presidente será compensada pela presença de familiares em diferentes pontos do País.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro participa do ato em Belém, enquanto o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) representa a família no protesto em Copacabana, no Rio de Janeiro.

Contexto internacional impulsiona atos

Os protestos ocorrem dias após os Estados Unidos anunciarem sanções contra o Brasil e, em especial, contra o ministro Alexandre de Moraes, utilizando a chamada Lei Magnitsky — instrumento jurídico adotado pelo governo Trump para punir autoridades estrangeiras acusadas de violar direitos humanos ou abusar do poder. Moraes foi incluído na lista no dia 29 de julho.

A mobilização bolsonarista tem explorado esse episódio como um reforço à tese de que o ex-presidente está sendo vítima de perseguição política, e que Moraes estaria promovendo censura no país.

Participação em queda

Apesar da articulação nacional, o engajamento popular em atos de apoio a Bolsonaro tem diminuído significativamente. De acordo com levantamento do Monitor do Debate Público no Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP), a presença nas ruas caiu mais de 90% em cinco meses.

Em fevereiro, cerca de 125 mil pessoas participaram do protesto na Avenida Paulista. Já em 29 de junho, o público caiu para 12,4 mil no mesmo local, evidenciando a perda de mobilização desde que Bolsonaro se tornou réu por tentativa de golpe de Estado.

Relação com o governo Trump e sanções

A atual movimentação também está conectada à escalada nas relações diplomáticas entre os Estados Unidos e o Brasil. A pedido do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o ex-presidente americano Donald Trump anunciou uma série de medidas econômicas contra o governo brasileiro, incluindo um tarifaço de 50% sobre produtos de exportação. A justificativa foi a suposta perseguição judicial a Jair Bolsonaro.

As novas tarifas devem entrar em vigor no dia 6 de agosto, embora mais de 600 produtos tenham sido poupados da sobretaxa.

Trump também afirmou que o processo judicial movido contra Bolsonaro seria uma “caça às bruxas”, e as sanções contra Moraes foram classificadas como uma resposta aos abusos do Judiciário brasileiro. O pacote de medidas internacionais reacendeu a base bolsonarista, que tenta transformar o tema em bandeira de mobilização.

Críticas internas ao STF

Além das críticas vindas do exterior, o Supremo Tribunal Federal também tem sido alvo de setores conservadores dentro do Brasil. Os atos deste domingo buscam catalisar esse descontentamento e fortalecer a imagem de Bolsonaro como alvo de perseguição política e jurídica.

Silas Malafaia, líder evangélico próximo do ex-presidente, vem usando suas redes sociais para convocar apoiadores e pressionar o Judiciário. Ele também defende que o “tarifaço” de Trump seja visto como resposta à “ditadura da toga”, em alusão às decisões do STF.

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