
A Associação dos Oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal (ASOF-PMDF) divulgou nota em que compara a situação dos sete policiais acusados de omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 à de “gado em um matadouro”, aguardando “silenciosamente a hora do abate”. O posicionamento foi publicado na última sexta-feira (8), após o Supremo Tribunal Federal (STF) suspender, sem nova data, o julgamento dos réus.

Os oficiais estão presos preventivamente desde agosto de 2023 e respondem a processo por tentativa de golpe de Estado. O procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, pediu ao STF a condenação dos sete ex-integrantes da cúpula da PM do DF, alegando que houve “proposital omissão” no emprego de efetivo para impedir a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Sabemos da inocência absoluta de todos eles e jamais compraremos narrativas espúrias que visam apenas estabelecer uma cortina de fumaça sobre a verdade e nos utilizar como instrumento para comprovar teses inaceitáveis”, diz a nota da ASOF-PMDF.
A associação sustenta que os PMs “estão sendo jogados aos lobos para sustentar uma versão de golpe” e que, em outras manifestações ocorridas na capital federal, a corporação “nunca foi condescendente, nem jamais será” com atos violentos.
O caso estava previsto para ser julgado em sessão virtual na sexta-feira (8), mas foi adiado — pela segunda vez — após já ter sido retirado de pauta em junho.
Policiais réus no STF
Os acusados são:
-
Coronel Fábio Augusto Vieira
-
Coronel Klepter Rosa Gonçalves
-
Coronel Jorge Eduardo Naime Barreto
-
Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra
-
Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues
-
Major Flávio Silveira de Alencar
-
Tenente Rafael Pereira Martins
Durante a cobertura do 8 de Janeiro, o Estadão revelou que um grupo de PMs do DF foi visto tomando água de coco em frente à Catedral de Brasília enquanto bolsonaristas avançavam contra o STF.
