
A ministra de Segurança Nacional da Argentina, Patricia Bullrich, solicitou à Justiça que os jornalistas responsáveis pela divulgação de áudios envolvendo Karina Milei, irmã do presidente Javier Milei, sejam investigados pela polícia. A solicitação foi feita em um documento entregue à imprensa na noite desta segunda-feira (1.º), mas durante uma entrevista ao vivo para uma TV argentina, Bullrich negou que tivesse feito tal pedido, sendo desmentida ao vivo pelo jornalista Pablo Rossi.

A controvérsia começou quando Rossi leu um trecho do documento onde o governo argentino pede buscas e apreensões nos escritórios e residências de jornalistas envolvidos na divulgação dos áudios. Bullrich, ao ser confrontada, voltou a negar a solicitação, afirmando que a ação tinha como objetivo apenas a "produção de provas".
Os áudios de Diego Spagnuolo, ex-diretor da Agência Nacional para a Deficiência (Andis), atribuídos a Karina Milei, geraram grande polêmica ao acusá-la de envolvimento em um esquema de propina com a indústria farmacêutica. O governo de Javier Milei classificou as gravações como uma "farsa", alegando que eram parte de uma operação ilegal com o objetivo de prejudicar o governo, afirmando ainda que jornalistas e pessoas ligadas aos serviços de inteligência russos e à Venezuela estariam por trás do vazamento.
A Justiça argentina acatou o pedido do governo para proibir a divulgação dos áudios, argumentando que sua exposição poderia afetar a privacidade de Karina Milei e a "segurança institucional" do país. O caso gerou uma denúncia judicial que resultou em mais de 20 mandados de busca e apreensão.
O ex-aliado de Milei, Diego Spagnuolo, que gravou os áudios, foi demitido do governo após as revelações. Nas gravações, Spagnuolo afirma que a rede de propina estava sendo mantida em seu gabinete, com o dinheiro arrecadado direcionado a Karina Milei e seu assessor Eduardo Menem. No entanto, tanto Karina quanto o presidente Javier Milei rejeitaram as acusações, com o presidente chamando as declarações de Spagnuolo de "mentira" e prometendo levar o caso à Justiça para provar sua falsidade.
