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INVESTIGAÇÃO

Ministra solicita investigação de jornalistas envolvidos em vazamento de áudios sobre Karina Milei

Patricia Bullrich pediu à Justiça que a polícia investigasse jornalistas acusados de divulgar áudios envolvendo a irmã do presidente Javier Milei.

2 setembro 2025 - 16h05Redação, O Estado de S. Paulo
Patricia Bullrich, ministra de Segurança Nacional da Argentina, durante entrevista em que negou pedido para investigar jornalistas.
Patricia Bullrich, ministra de Segurança Nacional da Argentina, durante entrevista em que negou pedido para investigar jornalistas. - Foto: AP / Gustavo Garello
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A ministra de Segurança Nacional da Argentina, Patricia Bullrich, solicitou à Justiça que os jornalistas responsáveis pela divulgação de áudios envolvendo Karina Milei, irmã do presidente Javier Milei, sejam investigados pela polícia. A solicitação foi feita em um documento entregue à imprensa na noite desta segunda-feira (1.º), mas durante uma entrevista ao vivo para uma TV argentina, Bullrich negou que tivesse feito tal pedido, sendo desmentida ao vivo pelo jornalista Pablo Rossi.

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A controvérsia começou quando Rossi leu um trecho do documento onde o governo argentino pede buscas e apreensões nos escritórios e residências de jornalistas envolvidos na divulgação dos áudios. Bullrich, ao ser confrontada, voltou a negar a solicitação, afirmando que a ação tinha como objetivo apenas a "produção de provas".

Os áudios de Diego Spagnuolo, ex-diretor da Agência Nacional para a Deficiência (Andis), atribuídos a Karina Milei, geraram grande polêmica ao acusá-la de envolvimento em um esquema de propina com a indústria farmacêutica. O governo de Javier Milei classificou as gravações como uma "farsa", alegando que eram parte de uma operação ilegal com o objetivo de prejudicar o governo, afirmando ainda que jornalistas e pessoas ligadas aos serviços de inteligência russos e à Venezuela estariam por trás do vazamento.

A Justiça argentina acatou o pedido do governo para proibir a divulgação dos áudios, argumentando que sua exposição poderia afetar a privacidade de Karina Milei e a "segurança institucional" do país. O caso gerou uma denúncia judicial que resultou em mais de 20 mandados de busca e apreensão.

O ex-aliado de Milei, Diego Spagnuolo, que gravou os áudios, foi demitido do governo após as revelações. Nas gravações, Spagnuolo afirma que a rede de propina estava sendo mantida em seu gabinete, com o dinheiro arrecadado direcionado a Karina Milei e seu assessor Eduardo Menem. No entanto, tanto Karina quanto o presidente Javier Milei rejeitaram as acusações, com o presidente chamando as declarações de Spagnuolo de "mentira" e prometendo levar o caso à Justiça para provar sua falsidade.

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