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POLÍTICA

Após vitória de Fernanda Torres, Bolsonaro volta a criticar Lei Rouanet; filme não usou verba

Bolsonaro critica Lei Rouanet após vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro, mas filme premiado não usou recursos do incentivo cultural.

6 janeiro 2025 - 16h48Ricardo Eugenio
À esquerda, Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, que criticou a Lei Rouanet após a vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro. À direita, Fernanda Torres segura o troféu após ganhar na categoria Melhor Atriz em Filme de Drama.
À esquerda, Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, que criticou a Lei Rouanet após a vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro. À direita, Fernanda Torres segura o troféu após ganhar na categoria "Melhor Atriz em Filme de Drama". - (Foto: Arquivo)

Na madrugada da última segunda-feira, 6 de janeiro de 2025, enquanto Fernanda Torres brilhava no palco do Globo de Ouro ao receber o prêmio de Melhor Atriz em Filme de Drama, Jair Bolsonaro acendia mais uma chama no debate sobre a Lei Rouanet. A atriz, premiada por sua atuação no filme “Ainda Estou Aqui”, parecia alheia às polêmicas que ecoavam no mundo digital, mas o embate político já estava em curso.

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Horas após a vitória, Bolsonaro publicou em sua conta no X (antigo Twitter) uma mensagem que, apesar de não citar diretamente o prêmio de Torres, sugeria uma crítica indireta ao financiamento de produções culturais por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Segundo o ex-presidente, o recurso seria desviado de prioridades, como infraestrutura.

Confira a postagem do Bolsonaro:

No entanto, a ironia do momento veio à tona: o filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, não utilizou recursos da Lei Rouanet. A informação foi confirmada por fontes ligadas à produção, que reforçaram que o longa foi financiado por meio de patrocínios privados e parcerias internacionais.

Mesmo assim, os apoiadores de Bolsonaro nas redes sociais não se deram por satisfeitos. Comentários inflamados misturavam críticas ao governo Lula, ao filme e à figura de Eunice Paiva, personagem central da trama e interpretada por Fernanda Torres. Eunice Paiva, mãe do escritor Marcelo Rubens Paiva, tornou-se símbolo da luta pelos direitos humanos após o desaparecimento do marido, o deputado federal Rubens Paiva, durante a ditadura militar.

O presidente do Globo de Ouro, durante seu discurso de abertura, exaltou a vitória de Fernanda como um marco para o cinema latino-americano. A atriz, por sua vez, dedicou o prêmio à mãe e ao pai de Marcelo Rubens Paiva, encerrando sua fala com a frase: “A memória é a base para que nunca mais se repita”.

Assista ao momento:

O embate entre arte e política segue como um roteiro conhecido no Brasil. Enquanto Fernanda Torres acumula mais de 3 milhões de seguidores no Instagram desde sua vitória, Bolsonaro mantém suas críticas e seguidores fiéis mobilizados. Ambos, cada um à sua maneira, continuam a influenciar a narrativa nacional.

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