
Durante a sessão do Pleno do Conselho Federal da OAB na última segunda-feira (25), o conselheiro Marcelo Tostes fez duras críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), acusando ministros de abusos e de politização da Corte. Ele pediu que a Ordem assuma uma postura firme, representando advogados e a sociedade, e não se limite a emitir notas.

Tostes iniciou seu manifesto afirmando que o Judiciário “perdeu o rumo” e que o respeito às leis e à Constituição não seria mais prioridade. Segundo ele, o STF tornou-se “protagonista, midiático e político”, e os ministros estariam mais preocupados com seu próprio ego do que com a função de julgar processos.
O conselheiro citou medidas de censura e restrições a cidadãos comuns, como bloqueio de redes sociais e apreensão de passaportes, e comparou a situação à época da Ditadura, defendendo a atuação histórica da OAB em momentos cruciais da política brasileira, como nas Diretas Já.
“Tostes destacou que a Ordem deve se impor diante de abusos e distorções. ‘O silêncio não é neutralidade. O silêncio dói, fragiliza a advocacia, enfraquece a cidadania e mina a confiança da sociedade’”, informou o Estadão.
Ele também criticou o custo do Judiciário, citando que o STF consome mais de R$ 1,2 bilhão por ano para onze ministros, e alertou que a independência da Corte não pode ser usada como cortina para justificar ilegalidades.
Em contraponto, o presidente da OAB, Beto Simonetti, defendeu a pacificação do país. Em seu pronunciamento, ressaltou a importância da pluralidade de ideias e pediu diálogo entre os diferentes atores políticos. “O espírito da pacificação é não tratar como inimigo quem pensa diferente de mim!”, afirmou. Simonetti reforçou que a Ordem deve permanecer independente e neutra, garantindo credibilidade e apoio à sociedade em momentos decisivos.
A sessão expôs tensões internas na OAB entre conselheiros que defendem uma postura mais ativa contra o STF e a direção nacional, que prega equilíbrio, independência e pacificação política. O debate reflete o papel central da entidade na defesa da democracia e das liberdades civis, em meio a um cenário político polarizado.
