
Durante sessão da CPMI do INSS, na segunda-feira (3), o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), defendeu que políticos corruptos deveriam receber o mesmo tratamento dado a criminosos em ações policiais, fazendo referência direta à operação realizada pela polícia nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos.
“Eu acho certo, quero bater palmas para a polícia do Rio de Janeiro, que bandido que não respeita a polícia é chumbo mesmo. Mas eu tenho uma pena da polícia não ter a mesma autorização para fazer isso nos corruptos com poder. O povo quer justiça igualitária, ou seja, para corrupto, forca. Para corrupto, o mesmo tratamento de bandido perigoso”, afirmou o parlamentar.
A declaração foi feita durante o depoimento de Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), que é investigada por descontos indevidos em aposentadorias, com faturamento estimado em R$ 221 milhões. Lincoln chegou a ser preso e foi liberado após pagamento de fiança.
CPMI do INSS e nova CPI do Crime Organizado - Instalada há quase três meses, a CPMI do INSS passa a dividir atenções com a nova CPI do Crime Organizado, criada pelo Senado nesta terça-feira (4). O tema ganhou força após a megaoperação no Rio, que teve repercussão nacional e deve se tornar assunto central nas eleições de 2026.
Alfredo Gaspar afirmou ao jornal Estadão que não vê risco de esvaziamento da CPMI nem teme “concorrência” com a nova comissão. “São temas distintos, ambas as CPIs são importantes para o futuro da nação. O importante é que tenhamos resultados concretos”, afirmou.

