SEBRAE
ENTREVISTA AO THE WASHINGTON POST

Moraes afirma que STF seguirá firme contra ataques à democracia e rebate críticas dos EUA

Ministro afirma que não haverá recuo nos processos em andamento e critica campanhas de desinformação vindas do exterior

18 agosto 2025 - 09h05Redação do Broadcast Político
Alexandre de Moraes durante entrevista ao The Washington Post, em seu gabinete no Supremo Tribunal Federal
Alexandre de Moraes durante entrevista ao The Washington Post, em seu gabinete no Supremo Tribunal Federal - (Foto: ABrasil)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou, em entrevista ao The Washington Post, que a Corte continuará com os processos que envolvem ataques à democracia brasileira, mesmo diante de pressões e críticas internacionais. Segundo Moraes, o STF está agindo conforme a lei e não irá ceder a pressões políticas.

Canal WhatsApp

“Não há a menor possibilidade de recuar nem um milímetro”, disse o ministro, durante uma conversa de uma hora em seu gabinete em Brasília. Ele reforçou que o Supremo julgará todos os casos com base nas provas apresentadas. “Quem deve ser condenado será condenado, e quem deve ser absolvido será absolvido.”

Críticas dos Estados Unidos - A atuação de Moraes tem gerado reações negativas por parte de membros do governo dos Estados Unidos. Autoridades americanas classificaram o ministro como "o rosto mundial da censura judicial" e “juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal”.

Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, e Christopher Landau, secretário de Estado adjunto, são algumas das figuras públicas que fizeram declarações contra a atuação do ministro. Mesmo assim, Moraes afirmou que não vê a relação como conflituosa.

“A acrimônia não é mútua”, declarou Moraes, ao afirmar que admira a tradição constitucional dos Estados Unidos. Ele citou nomes como John Jay, Thomas Jefferson e James Madison, fundadores do sistema constitucional americano, como fontes de inspiração.

Tensões diplomáticas e desinformação - Durante a entrevista, Moraes destacou que as tensões entre Brasil e Estados Unidos têm origem política e estão sendo agravadas por campanhas de desinformação nas redes sociais. Ele atribui parte dessas ações ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que defende sanções americanas contra o ministro e atua para enfraquecer a imagem das instituições brasileiras no exterior.

“Essas narrativas falsas acabaram envenenando a relação”, afirmou Moraes, citando a disseminação de informações distorcidas que circulam nas redes.

Segundo ele, a prioridade do STF é esclarecer os fatos e combater a desinformação, que tem sido usada para atacar a credibilidade da Justiça e das instituições democráticas no Brasil.

O ministro também comentou sobre as restrições de viagem e sanções impostas a ele por autoridades americanas. Ele classificou a situação como “desagradável”, mas reafirmou que não vai se afastar de suas responsabilidades.

“Isso não é agradável de passar”, disse Moraes, ao ser questionado sobre as limitações que enfrentou recentemente. Para ele, o Brasil enfrenta forças organizadas que atuam para minar a democracia, e o papel do STF é garantir que esses ataques sejam investigados e punidos.

Compromisso com a Justiça - Moraes reiterou que o Supremo Tribunal Federal está comprometido com a legalidade e com a defesa do Estado democrático de direito. “Faremos o que é certo: receberemos a acusação, analisaremos as provas”, destacou.

Segundo o ministro, enquanto houver risco de ameaças à democracia, as investigações continuarão. Ele afirmou que a atuação do STF não é política, mas institucional, com base em fatos e na Constituição Federal.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop

Deixe seu Comentário

Veja Também

Mais Lidas