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POLÍTICA

Deputados divergem sobre projeto que autoriza 'bico' remunerado para policiais militares em MS

Proposta em tramitação na ALEMS gera debate sobre hierarquia, descanso, valorização profissional e possíveis impactos na segurança pública

9 outubro 2025 - 15h10Fernanda Kintschner
Projeto de Lei Complementar debate legalização de extrajornada remunerada para policiais militares
Projeto de Lei Complementar debate legalização de extrajornada remunerada para policiais militares - (Foto: Wagner Guimarães / Arquivo ALEMS)

Tramita na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) o Projeto de Lei Complementar 8/2025, de autoria do deputado João Henrique (PL), que propõe alterar o artigo 47 da Lei Complementar nº 53/1990 para permitir que policiais militares do Estado possam realizar serviços extrajornada remunerados, prática popularmente conhecida como “bico”.

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A proposta gerou debate na sessão plenária desta quinta-feira (9). O deputado Pedro Pedrossian Neto (PSD) manifestou preocupação com os efeitos da medida. Segundo ele, a autorização pode comprometer o descanso dos policiais, prejudicar a hierarquia militar e criar concorrência desleal com vigilantes da segurança privada.

“Se legalizarmos, afetaremos o tempo de descanso e o mercado dos vigilantes, que passarão a competir com policiais treinados e com acesso privilegiado a informações de segurança”, afirmou o parlamentar.

Relator da proposta na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), Pedrossian também levantou dúvidas sobre a constitucionalidade do texto, por envolver carreira militar, prerrogativa exclusiva do governador do Estado.

A deputada Gleice Jane (PT) classificou o projeto como equivocado e defendeu que o foco da discussão deve ser a valorização dos servidores. “O policial precisa de condições dignas, salários justos e tempo com a família. O que vemos é um trabalho precarizado, e o bico acaba sendo uma forma de sobrevivência”, declarou.

O deputado Coronel David (PL), por sua vez, concordou com a necessidade de valorização, mas destacou que o Estado poderia regulamentar jornadas especiais de trabalho para permitir remuneração extra dentro da própria corporação. “Precisamos de uma escala bem definida, que permita ao policial complementar a renda sem comprometer seu desempenho e sua saúde”, disse.

O projeto segue em análise na CCJR antes de ser levado ao plenário.

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