
Na manhã desta quinta-feira (28), a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) promoveu um ato em apoio à luta contra a violência doméstica, como parte das ações da Campanha Agosto Lilás. O evento, que reuniu deputados e servidores, reforçou o compromisso da Casa de Leis com a mudança de protocolos e a ampliação da rede de proteção para prevenir novos casos de feminicídios no estado.

O presidente da ALEMS, Gerson Claro (PP), iniciou o evento destacando a importância do envolvimento da sociedade e do poder público na construção de uma rede de proteção para as mulheres. "Esse ato faz parte da consolidação da rede de proteção que o Mato Grosso do Sul tem criado. O machismo cultural existente na nossa educação se torna o machismo violento, e todos nós, homens e mulheres, precisamos agir para mudar essa realidade", afirmou Gerson Claro.
Feminicídios e ações de combate à violência
Em 2025, até o momento, 25 mulheres já foram vítimas de feminicídio em Mato Grosso do Sul, segundo o Monitor da Violência Contra a Mulher, uma iniciativa do Poder Judiciário. Além disso, 1.324 boletins de ocorrência por violência doméstica foram registrados. A deputada Mara Caseiro (PSDB), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e Combate à Violência Doméstica, também fez uso da palavra, destacando a importância de iniciativas como o programa Recomeço, que concede um salário mínimo para mulheres em situação de violência, permitindo que elas saiam do ciclo de abuso.
"Projetos como o Recomeço são essenciais para ajudar as mulheres a romperem o ciclo da violência. Muitas vezes, elas não têm para onde ir, e, com filhos pequenos, acabam permanecendo no ambiente abusivo", disse Mara Caseiro.
Gerson Claro enfatizou a mudança da cultura machista
Manifestação contra o machismo
As deputadas da ALEMS também se destacaram ao levantar placas com frases que remetem aos tipos de violência enfrentados pelas mulheres. A deputada Lia Nogueira (PSDB), com a placa “Você está ficando louca”, destacou o machismo estrutural que ainda persiste na sociedade. “Quantas vezes já ouvimos essa frase? Toda vez que uma mulher se levanta e reivindica seus direitos, ela é chamada de louca. Somos um estado machista, mas estamos aqui para representar vocês e as vítimas de feminicídio”, disse Nogueira.
Já Gleice Jane (PT), com a placa “Faço isso para o seu bem”, ressaltou a necessidade de políticas públicas voltadas especialmente para as mulheres, independentemente de ideologia, para a transformação da sociedade. "É momento de fazer o debate em todos os espaços e garantir a formação de servidores públicos com seriedade, especialmente sobre dados alarmantes de violência", acrescentou Gleice Jane.
Primeira-dama Mônica Riedel participa do evento
A primeira-dama de Mato Grosso do Sul, Mônica Riedel, também esteve presente e destacou o esforço coletivo para resolver a questão da violência contra a mulher. "Vejo a vontade de resolver o problema com programas de proteção, educação e saúde, além de abrigos e acolhimento às vítimas. A luta é coletiva e é importante que as mulheres saibam identificar situações de violência e onde pedir ajuda", afirmou Mônica.
Tipos de violência e como denunciar
Durante o evento, foram ressaltados os diferentes tipos de violência enfrentados pelas mulheres: violência física, psicológica, sexual, moral e patrimonial. A denúncia é uma das principais ferramentas para combater a violência doméstica. Em casos de violência, as vítimas podem ligar para a Polícia Militar pelo número 190 ou buscar ajuda nas Delegacias da Mulher.
A Campanha Não é Não também foi mencionada, com a orientação de que as mulheres podem colocar um X vermelho na palma da mão e mostrar a alguém em farmácias e restaurantes, como sinal de que estão em perigo e precisam de ajuda.
