
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), anunciou que a sessão deliberativa desta quinta-feira (7) será realizada de forma remota, como estratégia para driblar o bloqueio promovido por parlamentares da oposição que ocupam o plenário em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A decisão, segundo Alcolumbre, busca assegurar o funcionamento da Casa e impedir a paralisação das votações.
“Não aceitarei intimidações nem tentativas de constrangimento à Presidência do Senado. O Parlamento não será refém de ações que visem desestabilizar seu funcionamento”, afirmou o senador em nota oficial.
Apesar da crise, ele garantiu que pautas de interesse público seguirão em votação, como o projeto que isenta do Imposto de Renda os brasileiros que ganham até dois salários mínimos.
“A democracia se faz com diálogo, mas também com responsabilidade e firmeza”, concluiu.
A oposição pressiona o Senado para que avance com duas pautas específicas:
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A anistia geral e irrestrita aos condenados por envolvimento na tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023;
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E o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o senador Carlos Portinho (PL-RJ), o pedido de impeachment já conta com 40 assinaturas, representando nove partidos: MDB, PSB, Podemos, PP, Republicanos, PL, Novo, União Brasil e PSD. O número mínimo exigido para protocolar o pedido é 41 assinaturas.
“Vamos conseguir mais do que o necessário. E o presidente Davi Alcolumbre terá que respeitar o desejo da maioria, porque é suprapartidário”, disse Portinho durante coletiva de imprensa.
Também presente na coletiva, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) não falou, mas usou esparadrapo na boca como gesto simbólico. O parlamentar está com tornozeleira eletrônica desde segunda-feira (5), por determinação de Moraes, após descumprimento de medidas cautelares, como não entregar seus passaportes ao STF.
