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POLÍTICA

Alcolumbre adia sessão sobre vetos do licenciamento ambiental e amplia impasse com o Planalto

Presidente do Congresso enfrenta desgaste após adiar votação por falta de acordo; decisão ocorre em meio a articulações políticas e à disputa por vaga no STF.

16 outubro 2025 - 16h35Naomi Matsui e Isadora Duarte
Presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, adiou sessão que analisaria vetos do licenciamento ambiental por falta de acordo político.
Presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, adiou sessão que analisaria vetos do licenciamento ambiental por falta de acordo político. - Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP), anunciou na manhã desta quinta-feira (16) o adiamento da sessão conjunta que analisaria os vetos ao projeto de lei do licenciamento ambiental. A decisão, que já vinha sendo tratada como provável nos bastidores, confirma o impasse entre o governo e o Senado e expõe a tensão política em torno das pautas que travam no Parlamento.

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A sessão também previa a votação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026, mas o texto não foi aprovado a tempo pela Comissão Mista de Orçamento (CMO), o que inviabilizou sua inclusão na pauta.

Durante a quarta-feira (15), o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), já havia defendido o adiamento, citando a falta de consenso sobre os vetos com a senadora Tereza Cristina (PP-MS), que lidera a Coalizão das Frentes Produtivas. A estratégia de aliados de Alcolumbre também era aguardar a aprovação do PLDO para votar todos os temas de forma conjunta.

Bastidores e ruídos - Ao longo do dia, os sinais de adiamento se intensificaram. Alcolumbre chegou a cancelar as votações do plenário do Senado, em meio a rumores de que teria uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio da Alvorada. O encontro, contudo, não foi confirmado.

Nos bastidores, a reunião seria uma tentativa de reforçar a articulação política de Alcolumbre para emplacar o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) — seu aliado e atual presidente do Senado — como indicado de Lula à vaga de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF).

Mesmo com o adiamento ainda não oficializado, senadores de oposição já haviam sido informados por mensagem de que a sessão não ocorreria. Ainda assim, Alcolumbre insistiu publicamente que a votação estava mantida. “Quem tem a prerrogativa de marcar ou desmarcar as sessões do Congresso é o presidente da Casa”, afirmou, visivelmente incomodado com os rumores.

A senadora Tereza Cristina chegou a se reunir com Alcolumbre no fim da noite, mas deixou o gabinete sem detalhar o teor da conversa. A incerteza, no entanto, persistiu até a manhã desta quinta-feira, quando o adiamento foi confirmado oficialmente “a pedido do governo”.

Impacto político - O recuo de Alcolumbre ocorre em um momento de fragilidade na articulação política do Planalto, às vésperas da COP30, que será realizada em novembro, em Belém (PA). O governo teme que uma votação sem acordo leve à derrubada em massa dos vetos do projeto de licenciamento ambiental, o que criaria desgaste internacional na área ambiental.

Internamente, parlamentares avaliam que Alcolumbre se sentiu desautorizado pelos colegas e tenta recuperar espaço político pressionando Lula pela indicação de Pacheco ao Supremo. O senador, contudo, nega estar em campanha pelo aliado.

“Qual indicação?”, respondeu ao ser questionado sobre o tema por jornalistas.

Enquanto o impasse político se arrasta, medidas de interesse do governo seguem na dependência direta de Alcolumbre, entre elas o PLDO de 2026, o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda, a Medida Provisória do tarifaço e a análise dos vetos presidenciais.

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