
O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), convocou na noite desta terça-feira (28) uma reunião de emergência no Palácio do Planalto para discutir os desdobramentos da operação policial no Rio de Janeiro, considerada a mais letal da história do estado. A ação deixou 64 mortos e resultou na prisão de 81 suspeitos ligados ao Comando Vermelho (CV).
Participam do encontro o ministro da Casa Civil, Rui Costa, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, além de técnicos dos ministérios da Justiça e da Defesa. O objetivo principal é definir a posição oficial do governo diante do episódio e calibrar a resposta política às críticas do governador fluminense, Cláudio Castro (PL).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está a caminho de Brasília, após uma viagem ao Sudeste Asiático, e deve chegar à capital ainda na noite desta terça. A expectativa é que o tema seja tratado diretamente com ele nas próximas horas.
PEC da Segurança Pública e projeto antifacções - Além de avaliar o impacto político da operação e das declarações de Cláudio Castro — que acusou o governo federal de omissão —, o Planalto também discute o avanço de propostas legislativas na área de segurança.
Entre os temas da pauta está a PEC da Segurança Pública, defendida pelo ministro Ricardo Lewandowski, que prevê regras para cooperação entre as esferas federal, estadual e municipal no combate ao crime organizado. A ideia é fortalecer o compartilhamento de informações e ações coordenadas entre as forças de segurança.
Também está sendo analisado o projeto de lei conhecido como "projeto antifacções", elaborado pelo Ministério da Justiça e entregue à Casa Civil. O texto propõe o endurecimento de penas contra membros de organizações criminosas e pode ser levado ao Congresso nos próximos dias como resposta institucional ao avanço das facções.
Lewandowski, que cumpre agenda oficial no Ceará, não participou da reunião de emergência, mas já havia se manifestado mais cedo. O ministro lamentou as mortes, criticou o alto número de vítimas e reforçou que segurança pública é responsabilidade dos governadores, embora tenha reafirmado o apoio do governo federal aos estados.

