tjms
REDES SOCIAIS

AGU defende regulação do modelo de negócio das redes sociais em vez da tecnologia em si

Para ministro Jorge Messias, foco deve estar nos interesses econômicos das plataformas e na responsabilização por práticas que violem direitos

25 junho 2025 - 15h45Daniela Amorim
Redes sociais poderão ser reguladas
Redes sociais poderão ser reguladas - (Foto: Freepik)

Durante evento sobre combate à desinformação realizado no Rio de Janeiro nesta quarta-feira (25), o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, defendeu que a regulação das redes sociais deve se concentrar no modelo de negócio das plataformas, e não na tecnologia que as sustenta. A fala ocorreu horas antes da retomada, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), do julgamento que discute a responsabilidade de provedores por conteúdos publicados por usuários.

Canal WhatsApp

Segundo Messias, o principal problema está no uso das redes com fins econômicos que podem ultrapassar limites legais e éticos. “A grande virada nessa discussão é a regulação do negócio, porque ele possui interesse de lucro e pode adotar estratégias que desrespeitam interesses constitucionais, especialmente de populações vulneráveis”, afirmou.

Plataformas na mira por desinformação e lucro - Messias destacou que o avanço da tecnologia por si só não é um problema, mas que o uso comercial das plataformas, sem fiscalização, pode estimular práticas ilícitas. “A tecnologia em si não é negativa. O que deve ser regulado é o modelo de negócio, que pode favorecer conteúdos prejudiciais, inclusive com manipulação algorítmica e impulsionamento pago de desinformação”, disse.

Durante sua participação no evento Global Fact, promovido pela FGV Comunicação com apoio de veículos como Estadão Verifica, Aos Fatos, Lupa e UOL Confere, o ministro reforçou que a liberdade de expressão deve ser preservada, mas que isso não isenta ninguém de responsabilidade sobre o que publica.

“Da mesma forma que alguém pode ser responsabilizado presencialmente pelo que diz, também deve responder por conteúdos postados em redes sociais. O ponto central é o uso da desinformação para obter vantagem ilícita ou prejudicar pessoas vulneráveis”, completou.

Messias defendeu uma resposta rápida do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, ressaltando que há violações em curso que exigem regulação. Segundo ele, a AGU já levou casos à Justiça pedindo medidas de proteção e não descarta novas ações contra plataformas digitais que permitam ou incentivem práticas ilegais.

“Todas as plataformas que praticam ou favorecem práticas ilícitas estão na mira do Estado”, disse o ministro, ao defender uma abordagem mais firme diante do cenário atual. Ele também afirmou que a discussão sobre conteúdos impulsionados e uso de algoritmos deve ser tratada como questão de segurança pública.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop

Deixe seu Comentário

Veja Também

Mais Lidas