
Paraguai e Estados Unidos firmaram em Washington um acordo de cooperação na área de segurança na última segunda-feira (15) que deverá fortalecer o combate ao crime organizado e ao narcotráfico na região. O documento foi assinado pelo ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, e pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio.
Além de reforçar as ações conjuntas entre os dois países, o entendimento pode trazer reflexos diretos para o Mato Grosso do Sul, que faz fronteira com o Paraguai em diversas cidades, como Ponta Porã, Bela Vista, Antônio João, Coronel Sapucaia e Sete Quedas. Essas regiões são frequentemente usadas como rota para o tráfico de drogas e contrabando.
O acordo ainda precisa ser aprovado pelo Congresso paraguaio, mas já é visto como um passo importante para ampliar o controle nas fronteiras e reduzir o poder de atuação de organizações criminosas que operam nos dois lados da divisa.
O texto cria um plano de cooperação que inclui:
ações conjuntas contra o crime transnacional
programas de treinamento de militares e agentes de segurança
troca de informações entre os dois países
assistência humanitária e apoio em situações de crise
Na prática, isso pode significar operações mais integradas e rápidas, especialmente nas áreas de fronteira, onde o tráfico e o contrabando costumam se concentrar.
Por estar em uma das principais rotas do tráfico internacional, o Mato Grosso do Sul é um dos Estados brasileiros que mais sofrem com a atuação de facções ligadas ao narcotráfico. Por isso, qualquer reforço na segurança do lado paraguaio tem impacto direto na região.
Relação estratégica e fortalecimento regional - De acordo com o governo paraguaio, o acordo faz parte da política externa conduzida pelo presidente Santiago Peña, que busca fortalecer alianças estratégicas e promover a cooperação regional em temas como segurança, direitos humanos e democracia.
O ministro Rubén Ramírez Lezcano afirmou que o país está comprometido com o combate ao narcotráfico, ao tráfico de pessoas e à corrupção, destacando que o acordo é uma forma de garantir mais liberdade e segurança aos cidadãos.
Já o secretário de Estado Marco Rubio disse que o Paraguai é um dos principais aliados dos Estados Unidos na América do Sul e que a parceria respeita a soberania paraguaia, abrindo caminho para um trabalho conjunto contra o crime e o terrorismo transnacional.
Rubio também apontou que o acordo pode impulsionar a economia, atraindo novos investimentos e gerando empregos no Paraguai. "A estabilidade e segurança são fundamentais para criar oportunidades e fortalecer o desenvolvimento sustentável na região", revela.

