
O acesso à Esplanada dos Ministérios e à Praça dos Três Poderes foi liberado na manhã desta terça-feira (5), após um período de reforço na segurança em Brasília. Na noite anterior, a Polícia Militar do Distrito Federal havia realizado um bloqueio na região central da capital, seguindo a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na manhã desta terça, três viaturas da PM estão posicionadas em frente ao Itamaraty, devido à realização do encontro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (Conselhão). A reunião, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está marcada para as 10h e contará com a participação de empresários e ministros.
A decisão de reforçar a segurança na Esplanada foi tomada após um "buzinaço" ser convocado por apoiadores de Bolsonaro, em protesto contra a prisão domiciliar imposta por Moraes. O objetivo do bloqueio foi impedir que os manifestantes chegassem à Praça dos Três Poderes, onde está localizado o Supremo Tribunal Federal. A medida visava evitar possíveis confrontos e tumultos em uma área sensível da capital federal.
A situação de tensão em Brasília se agravou nos últimos dias com a tentativa de instalação de acampamentos próximos à Praça dos Três Poderes. Na madrugada de 26 de julho, o deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), aliado de Bolsonaro, foi retirado por ordem de Moraes do acampamento em greve de silêncio que havia montado na praça, em protesto contra as decisões judiciais que afetam o ex-presidente.
O ministro do STF também assinou um complemento de sua decisão, proibindo a instalação de novos acampamentos em um raio de um quilômetro da Esplanada dos Ministérios, da Praça dos Três Poderes e até mesmo dos quartéis das Forças Armadas. Moraes justificou a medida como uma forma de prevenir novos episódios como o de 8 de janeiro, quando manifestações antidemocráticas resultaram em invasões de instituições públicas.
Após o bloqueio da Esplanada, apoiadores de Bolsonaro organizaram uma carreata com carros e motos, escoltados por uma viatura da Polícia Militar, até o condomínio onde o ex-presidente reside. Durante o percurso, os manifestantes entoaram gritos de "Fora, Xandão" e "Fora, Moraes", em referência ao ministro do STF.
