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06 de outubro de 2025 - 18h28
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POLÍTICA

Abaixo-assinado contra supersalários de juízes e procuradores chega a 15 mil apoios

Manifesto do Ranking dos Políticos pressiona Congresso a fechar brechas que permitem remunerações acima do teto constitucional

6 outubro 2025 - 15h35Redação O Estado de S. Paulo
Manifesto contra supersalários no Judiciário reúne 15 mil assinaturas; movimento pressiona Congresso por leis mais rígidas.
Manifesto contra supersalários no Judiciário reúne 15 mil assinaturas; movimento pressiona Congresso por leis mais rígidas. - Foto: Duda Sampaio

Um abaixo-assinado criado pelo Ranking dos Políticos contra os supersalários no Judiciário alcançou 15 mil assinaturas em um mês, evidenciando a crescente insatisfação da sociedade com os pagamentos acima do teto constitucional a juízes, desembargadores, promotores e procuradores em todo o Brasil.

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Lançado em 8 de setembro, o manifesto denuncia o que chama de "privilégios imorais" e cobra a aprovação de leis que fechem brechas legais usadas para transformar exceções em benefícios permanentes no serviço público.

“O limite virou letra morta: há décadas é violado por manobras e brechas que transformaram exceções em privilégios permanentes”, diz o texto divulgado pela organização, que desde 2011 monitora o desempenho de deputados e senadores com base em critérios como combate a desperdícios, corrupção e privilégios.

Privilégios custam bilhões aos cofres públicos

De acordo com um levantamento do Movimento Pessoas à Frente, os gastos do Poder Judiciário com remunerações acima do teto constitucional cresceram 49,3% em um ano, passando de R$ 7 bilhões em 2023 para R$ 10,5 bilhões em 2024.

Outro estudo, realizado pela Transparência Brasil, revela que 98% dos promotores e procuradores de 25 unidades do Ministério Público da União e dos Estados receberam acima do teto em 2024. O valor total dos chamados gastos extrateto já soma R$ 2,3 bilhões neste ano.

Esses pagamentos, muitas vezes classificados como “indenizatórios” — e não como salário direto — ficam fora do limite constitucional e isentos de Imposto de Renda, o que permite que alguns magistrados recebam até quatro vezes mais do que o teto legal estabelecido pela Constituição.

Pressão sobre o Congresso

O Ranking dos Políticos pretende utilizar o abaixo-assinado como instrumento de pressão direta sobre deputados e senadores para que avancem projetos que coíbam os penduricalhos e resgatem o respeito ao teto constitucional, fixado atualmente no salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (R$ 44 mil).

O texto também cobra ação dos órgãos de controle e dos próprios tribunais, exigindo o fim imediato das práticas que viabilizam os supersalários. “É hora de enfrentar os privilégios e restabelecer a moralidade no serviço público”, afirma a organização.

Conselho com nomes de peso

O Ranking dos Políticos conta com um conselho consultivo formado por nomes de destaque no cenário nacional, como a ex-ministra do STF Ellen Gracie, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles e o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco. A proposta da iniciativa é avaliar parlamentares com base em critérios técnicos e de interesse público, e não por alinhamento ideológico.

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