Três dias após os protestos realizados por funcionários da empresa Enesa Engenharia na BR-262 de Ribas do Rio Pardo, a 90 km de Campo Grande, uma despensa do alojamento dos trabalhadores terceirizados da Suzano pegou fogo na manhã desta quinta-feira (15). Segundo a nota divulgada pela empresa, o incêndio foi criminoso. O incêndio começou por volta das 5h, de acordo com o Corpo de Bombeiros.
Os próprios trabalhadores, funcionários da Enesa Engenharia, conseguiram controlar as chamas. Ao chegarem ao local, os militares realizaram apenas o rescaldo, para evitar o surgimento de novos focos de fogo.
A Polícia Civil estão apurando a situação para identificar os envolvidos no incêndio.
Procurada pela reportagem, a empresa alegou que ontem (14), foi feito um acordo com os trabalhadores e a terceirizada se dispôs a realizar a rescisão dos trabalhadores que não quisessem mais trabalhar na empresa. “Ficou acordado que vamos encaminhar os trabalhadores de volta aos seus lugares de origem com todos os direitos que lhes cabem”, diz a empresa.
O comunicado informa ainda que trabalhadores que quisessem retornar ao trabalho haveria um abono dos dias de paralisação e a partir de hoje poderiam retornar normalmente. Confira o vídeo do incêndio:
Entenda – Como já noticiado pelo portal A Crítica, funcionários da Enesa Engenharia realizaram protestos na manhã de segunda (12) na BR-262 reivindicando melhores condições de trabalho, alimentação e equiparação de salários com funcionários. As manifestações ocorreram até às 10h e contaram com a participação de cerca de mil funcionários.
Os trabalhadores se deslocaram do alojamento por volta das 4h até o local. A manifestação foi toda organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada e Afins de Mato Grosso do Sul (Sinticop/MS) e contou com a presença de agentes da Polícia Rodoviária Federal, Batalhão de Choque e Polícia Militar, para manter a organização no local.
No dia, a Enesa se posicionou por nota em relação às movimentações, afirmando que estava em conversa com os trabalhadores e representantes sindicais para buscar um acordo. A empresa ressaltou que já estava cumprindo 100% do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) estabelecido.
