
Em coletiva realizada nesta manhã (6), delegados da Polícia Civil de Campo Grande deram mais detalhes a respeito da morte da menina Sophia Jesus de Ocampo, 2, no último dia 26 de janeiro.

Segundo a delegada-titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), Anne Karine, no dia da morte da Sophia, a Polícia Civil foi acionada pela equipe médica que a atendeu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Coronel Antonino que acionou a presença dos agentes no local. Houve uma desconfiança de que a menina estivesse morta há pelo menos 4h, e ao ser avisada a mãe, Stephanie de Jesus da Silva, demonstrou frieza, se desesperando só quando foi avisada de que a polícia havia sido acionada.
"Os policiais civis conversaram com a mãe e em seguida foram até a casa onde a menina morava, na Vila Nasser, com Stephanie e o padrasto, Christian Campoçano Leitheim quedisse que já estava esperando pela polícia. Tanto a mãe quanto o padrasto foram presos em flagrante por homicídio qualificado por motivo fútil e estupro de vulnerável e encaminhados para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (DEPAC)", explica.
O boletim de ocorrência foi encaminhado para a DEPCA, que realizou diversas oitivas e coletou elementos probatórios, que imputaram o crime tanto ao padrasto quanto à mãe de Sophia. Na delegacia o padrasto ficou em silêncio. Já a mãe disse que a criança tinha passado mal e que estava com a barriga inchada porque tinha comido muita maionese. Ela disse ainda que já tinha batido na filha algumas vezes, mas de forma corretiva e que nunca houve um espancamento.
Coletiva de imprensa realizada nesta manhã (06)
"Foi feito exame necroscópico em Sophia e o laudo apresentou que a menina teve traumatismo raquimedular em coluna cervical e constatou que ela estava com hímen rompido, por violência sexual não recente", afirma.
Durante os trabalhos investigativos, a DEPCA apreendeu um computador e dois telefones celulares pertencentes aos autores. Foi representada pela quebra do sigilo telemático, que foi autorizado pelo Poder Judiciário. Tanto o computador apreendido quando os dois telefones celulares foram encaminhados para perícia. Além disso, na autópsia, foi coletado material genético da genital da vítima, que também será periciado.
Conforme a delegada, foi constatada trocas de mensagens entre os autores, demonstrando que eles tentavam criar uma versão para o motivo da morte da menina, que tirassem a culpa. "Em uma das conversas o padrasto de Sophia pedia para a mãe dela dizer que a menina tinha caído no parquinho e posteriormente sugeria para ela contar a verdade, porém, assim que ela contasse ele se mataria", detalha.
A delegada ainda explicou que mesmo que o inquérito policial tenha sido relatado e encaminhado ao Poder Judiciário, a Polícia Civil ainda aguarda os laudos de local, dos materiais apreendidos e do DNA coletado. “Esses documentos serão de suma importância para explicar toda a dinâmica dos fatos, já que nem a mãe e nem o padrasto contaram como se deu a morte de Sophia, que, segundo o laudo necroscópico, teria morrido entre às 9 e 10 horas do dia 26 de janeiro, tendo dado entrada na UPA por volta das 17 horas”, reforçou Anne Karine.
