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27 de outubro de 2025 - 19h21
INVESTIGAÇÃO

Extorsão com sequestro em Campo Grande: polícia prende suspeito e apura envolvimento familiar

Delegado detalha operação que libertou vítima no bairro Moreninhas e explica como investigação trabalha para desevendar o caso

27 outubro 2025 - 16h10Iury de Oliveira
O delegado Roberto Guimarães, da Garras, detalha as investigações sobre o sequestro em Campo Grande e a prisão do principal suspeito.
O delegado Roberto Guimarães, da Garras, detalha as investigações sobre o sequestro em Campo Grande e a prisão do principal suspeito. - (Foto: Jamille Gomes)

Durante entrevista coletiva na segunda-feira (27), o delegado Roberto Guimarães, da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (GARRAS), revelou detalhes da operação que resultou no resgate de uma jovem de 25 anos vítima de sequestro e na prisão em flagrante de um homem de 34 anos, suspeito de participação direta no crime. O caso, que aconteceu em Campo Grande, mobilizou equipes da Polícia Civil do Mato Grosso do Sul desde a noite da última sexta-feira.

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Segundo Guimarães, a polícia foi acionada pelo marido da vítima, que apresentou imagens mostrando a esposa amarrada e em situação de cárcere. “Ele mostrou para a polícia fotos da vítima realmente em cativeiro, amarrada”, disse o delegado, que decidiu iniciar as diligências imediatamente.

A vítima foi encontrada já na madrugada de sábado (26), no bairro Moreninhas, em uma área próxima ao anel rodoviário da cidade. Ela relatou à polícia ter sido violentamente agredida enquanto esteve presa: levou coronhadas, chutes e sofreu ameaças de morte e mutilação. Os sequestradores também ameaçaram o marido dela, exigindo um resgate — que não chegou a ser pago.

A polícia localizou o local usado como cativeiro: uma casa desabitada na mesma região onde a vítima foi libertada. No imóvel, os investigadores encontraram duas espingardas e uma caixa para guardar armas, além de objetos que coincidem com os vistos nas imagens recebidas. O imóvel estava ligado ao suspeito preso, cujo nome constava como titular da conta de energia da residência. Além disso, o celular usado para fazer ameaças ao marido da vítima também estava em posse dele.

Esses elementos foram fundamentais para que a prisão em flagrante fosse convertida em preventiva pela Justiça. “O telefone utilizado para cobrar o resgate era dele. E o imóvel também”, afirmou o delegado.

Delegado Roberto Guimarães, da Garras, conduz as investigações do sequestro que pode ter envolvimento da própria família da vítima Delegado Roberto Guimarães, da Garras, conduz as investigações do sequestro que pode ter envolvimento da própria família da vítima (Foto: Jamille Gomes)

Violência e motivação ainda nebulosas - Em depoimento, a vítima afirmou que desconhecia a origem do dinheiro exigido como resgate. Segundo ela, os sequestradores mencionavam valores diferentes — ora em reais, ora em euros ou dólares — e repetiam que ela seria responsabilizada por uma suposta dívida.

A jovem ainda apontou que o pai e a mãe poderiam estar envolvidos no crime. O homem citado por ela, Gérson Palermo, está foragido da Justiça e, de acordo com o delegado, consta nos registros policiais como procurado. A vítima acredita que ele tenha ordenado o sequestro, mas também que teria interferido para que ela não sofresse maiores agressões. Segundo ela, o pai teria dito que enviaria dinheiro para ajudar em um tratamento de saúde do avô, e a abordagem teria ocorrido no momento em que ela foi encontrar quem faria essa entrega.

No entanto, Guimarães pondera que essas informações ainda estão sendo apuradas. “A Polícia Civil trabalha com fatos. Não temos como afirmar nada sem provas concretas”, destacou.

Investigação segue em várias frentes - Apesar da prisão do suspeito, a polícia ainda busca identificar os demais envolvidos. A vítima relatou que havia ao menos duas pessoas com ela no cativeiro, enquanto o homem preso parece ter atuado de fora, coordenando a ação e realizando as ameaças. “Temos elementos que o colocam como parte da articulação do crime, embora não estivesse diretamente com a vítima”, explicou o delegado.

Quanto ao possível envolvimento dos pais da vítima, Guimarães foi categórico: “É prematuro dizer que eles participaram. Existe a possibilidade? Sim. Mas ainda não temos elementos para afirmar”.

Também foi descartada a hipótese de que o sequestro tenha sido forjado. “Não há qualquer indício de que a vítima tenha inventado a história. Os elementos colhidos até agora são sólidos e consistentes”, garantiu o delegado.

A jovem e o marido foram ouvidos e liberados. Ambos demonstram medo e preocupação com possíveis retaliações. A Polícia Civil informou que ofereceu apoio e proteção ao casal, e destacou a importância de preservar a integridade das vítimas.

O crime é investigado pela Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (GARRAS)O crime é investigado pela Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (GARRAS)

A casa usada como cativeiro foi periciada e permanece sob investigação. O trabalho agora se concentra em rastrear os demais suspeitos e entender a real motivação por trás do crime, inclusive se há relação com conflitos familiares ou dívidas mal resolvidas.

“Estamos lidando com um crime grave e complexo. Conseguimos agir rápido, resgatar a vítima e prender um dos envolvidos. Mas a investigação ainda está em andamento e teremos muito trabalho pela frente para esclarecer todo o caso”, concluiu Guimarães.

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