
Os irmãos Robson e Jeferson Martinez de Souza, de 19 e 21 anos, foram as mais novas vítimas dos “Justiceiros da Fronteira”. Eles foram mortos na noite do último domingo (1) em Pedro Juan Caballero, próximo à divisa com Ponta Porã, a 313 km de Campo Grande.

O jornal paraguaio ABC Color reportou que as vítimas, que eram da mesma família, trabalhavam em um lava-rápido na cidade brasileira, e tinha o hábito de ir ao país vizinho com frequência. O chefe da 3ª Delegacia de Pedro Juan Cabellero, Frederico Samudio, relatou à rádio do Paraguai AM 0800 que os autores dos disparos estavam em uma caminhonete preta.
O médico forense Marcos Prieto, que periciou os corpos, disse que um dos irmãos sofreu 20 tiros, na cabeça, tórax, pescoço e abdômen, e, o outro, novo, no pescoço e tórax. A nota deixada na cena de crime é endereçada a um grupo chamado “Guardiões do Crime do Brasil”, e, conforme informações preliminares do inquérito, prometiam “vingança”. “Não vamos mais permitir roubos na fronteira”, diz o texto.
Não é a primeira vez que o grupo paraguaio comete assassinatos contra brasileiros. No dia 26 de julho, o casal Luis Mateo e Anabel Centurión foram mortos a tiros em uma choperia, quando o casal passeava para comemorar aniversário. No bilhete encontrado no local, a mensagens parecida foi encontrado com os corpos. Além do casal, duas mulheres ficaram feridas e foram socorridas até o Hospital San Lucas, localizado na cidade paraguaia. Segundo o sub-comissário Pedro Román, os atiradores estavam a bordo de um veículo Toyota Corolla. No local do crime, foram encontradas 43 cápsulas de 9mm.
O casal foi assassinado
Dois dias depois, no dia 28, o corpo de um adolescente de 17 anos, foi encontrado na cidade de Pedro Juan Caballero. Um bilhete parecido com o que foi encontrado após a execução do casal foi encontrado junto ao corpo da vítima. De acordo com o investigador da Polícia Nacional do Paraguai, Jorge Vidallet, o corpo foi encontrado por moradores, que acionaram as autoridades.
O corpo do adolescente foi encontrado com varias perfurações - Foto: Gilberto Diaz
Segundo a polícia, havia sinais de que parte da pele entre o tórax e o pescoço da vítima foi arrancada por mordidas de algum animal, de acordo com o legista; as mãos do adolescente também foram decepadas. O médico também encontrou ferimentos de faca no corpo da vítima.
Amarrado às pernas do jovem, havia um bilhete que dizia: "os justiceiros estão de volta, avisamos que é só o começo da morte dos ladrões" (em tradução do espanhol para o português).
Um dia depois, Eduardo Gonzalez, 18, foi encontrado esquartejado em Ponta Porã. Conforme o boletim de ocorrência, Eduardo foi perseguido, alcançado e colocado dentro de um carro de luxo, no Jardim Universitário. Policiais chegaram no local em seguida, porém, os suspeitos já tinham fugido levando o rapaz.
Mais tarde, a polícia foi informada de que havia um carro em chamas às margens da BR-463. Perto do veículo, os policiais encontraram o corpo de Eduardo: esquartejado e com um bilhete ao lado.
O aviso dizia: "Celso Gonçalves e Leandro Gonçalves (Surubi), vocês são os próximos". O papel foi recolhido para perícia, assim como as nove cápsulas encontradas junto ao carro: três de pistola 9 mm; 5 de pistola 556 e uma de pistola 762.
Eduardo Gonzalez tinha 18 anos
O carro incendiado ficou completamente destruído e, segundo a polícia, sem condições de identificar a placa ou chassi. O veículo é do mesmo modelo usado no sequestro de Eduardo.
Como o crime aconteceu no Brasil, foi registrado e será investigado pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul como homicídio qualificado pelo emprego do meio e pelo recurso que dificultou a defesa da vítima. Eduardo Gonzalez morava em Ponta Porã e, de acordo com a polícia, não tinha passagens criminais.
