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CASO POLICIAL

Suspeito de envolvimento na morte de ex-delegado Ruy Fontes é identificado pela polícia

Executado em emboscada na Praia Grande, Fontes investigava o crime organizado e ocupava cargo na prefeitura; PCC é uma das linhas de apuração

16 setembro 2025 - 14h20Caio Possati, Marcelo Godoy e Gonçalo Junior
Ex-delegado-geral Ruy Fontes foi executado após sair da prefeitura de Praia Grande; suspeito já foi identificado
Ex-delegado-geral Ruy Fontes foi executado após sair da prefeitura de Praia Grande; suspeito já foi identificado - (Foto: Divulgação)

A Polícia Civil de São Paulo identificou um dos suspeitos de envolvimento na execução do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, assassinado na noite de segunda-feira (15) em Praia Grande, no litoral sul paulista. O anúncio foi feito nesta terça (16) pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite.

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O homem identificado tem histórico criminal por roubo e tráfico de drogas. A polícia pediu sua prisão preventiva, mas o nome do suspeito não foi divulgado. A investigação aponta que pelo menos outras cinco pessoas participaram da ação, considerada uma execução com planejamento.

Fontes, que era secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande desde 2023, foi atacado após sair do trabalho. Ele percebeu estar sendo seguido e tentou escapar, mas colidiu com um ônibus. Em seguida, três homens armados com fuzis dispararam contra o carro dele e fugiram. O veículo da vítima, um Fiat Argo preto, não era blindado.

As autoridades apuram duas hipóteses: uma retaliação da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), contra quem Fontes atuou diretamente em diversas operações, ou um conflito relacionado à sua função na prefeitura.

Fontes ficou conhecido por ter indiciado a cúpula do PCC em 2006, incluindo o líder Marcola. Como delegado-geral de São Paulo entre 2019 e 2022, liderou ações contra o crime organizado, inclusive bloqueios de contratos e recursos com suspeita de ligação com a facção.

Câmeras de segurança mostraram o ataque sendo executado de forma coordenada, com tática semelhante à militar. Um dos veículos usados no crime foi incendiado após a fuga. Durante os disparos, uma mulher e seu filho, que estavam próximos, foram atingidos e seguem hospitalizados.

Fontes já havia sido alvo de ações semelhantes. Em dezembro de 2023, sofreu um assalto à mão armada e relatou à imprensa que temia pela segurança da família. Entre 2012 e 2022, passou por pelo menos três outras tentativas de ataque.

O Ministério Público confirmou que o nome do ex-delegado já havia aparecido em investigações do Gaeco como possível alvo de vingança do PCC. Caso a autoria seja confirmada, esta será a terceira execução de alto perfil atribuída à facção em dois anos.

O corpo de Ruy Ferraz Fontes foi velado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e será sepultado no Cemitério da Paz, no bairro do Morumbi, na zona sul da capital.

As investigações seguem sob responsabilidade da DIG de Praia Grande, com apoio do DHPP, Gaeco, Deic, Garra, ROTA, BAEP e outros grupos táticos da Polícia Civil e Militar. A perícia trabalha na análise de vestígios encontrados no local e nos carros utilizados na ação.

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