
O corpo do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, está sendo velado nesta terça-feira (16), na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), na capital paulista. A cerimônia teve início às 11h10 e segue até as 15h. Fontes foi assassinado por criminosos armados na noite de segunda-feira (15), em Praia Grande, no litoral sul paulista.

Familiares, amigos, políticos e autoridades do estado, como o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, deputados estaduais e federais, além do prefeito Ricardo Nunes, acompanham o velório, marcado por forte comoção e reforço na segurança.
Fontes, que atualmente ocupava o cargo de secretário de Administração da prefeitura de Praia Grande, foi morto por volta das 18h, em um bairro próximo à sede da prefeitura e ao fórum municipal. Imagens de câmeras de segurança registraram a perseguição ao veículo conduzido por ele, que capotou ao tentar desviar entre dois ônibus. Três homens armados com fuzis desceram de um carro, aproximaram-se do veículo acidentado e dispararam vários tiros. Após a execução, fugiram pela mesma via.
Força-tarefa para investigar o crime
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) determinou a atuação conjunta de diferentes unidades das polícias Civil e Militar para investigar o caso. Estão mobilizados o DHPP, Deic, Garra/Dope, equipes do Deinter-6, além dos batalhões de elite como a ROTA e o BAEP de Santos.
Dois veículos usados na ação foram apreendidos e estão sendo periciados. Imagens de câmeras de segurança estão sendo analisadas, e exames foram requisitados ao Instituto de Criminalística.
A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo também se manifestou, classificando Fontes como um policial com trajetória notável no combate ao crime organizado. Em nota, defendeu que as investigações ocorram com agilidade, mas com respeito aos direitos humanos: “A Polícia Civil possui instrumentos de inteligência e comprovada experiência para dar uma resposta pronta, sem operações açodadas que terminem por ampliar o quadro de vítimas inocentes”.
MP confirma apoio à investigação
O Ministério Público de São Paulo confirmou que o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) atuará em apoio às investigações. O procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, anunciou a medida após conversa com o secretário Guilherme Derrite. O caso foi registrado na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Praia Grande e será conduzido pelo DHPP.
Repercussão entre autoridades
O prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão, lamentou a perda e destacou a trajetória de Fontes: “Trabalhou intensamente para que a polícia tivesse meios, condições e tecnologia para prestar bom serviço à sociedade. Infelizmente, foi assassinado por pessoas cuja motivação ainda desconhecemos”.
Dois outros homens ficaram feridos durante o atentado e foram socorridos pelas equipes do Samu. Eles foram encaminhados inicialmente à UPA Quietude e, posteriormente, ao Hospital Municipal Irmã Dulce, onde permanecem estáveis, sem risco de morte.
Carreira marcada pelo combate ao crime organizado
Com mais de 40 anos de atuação na Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes ocupou cargos de destaque, como delegado titular em unidades do Denarc, Deic e DHPP. Também foi diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) e comandante da Delegacia Geral da Polícia Civil até 2022.
Durante sua carreira, teve participação direta em operações contra o crime organizado, incluindo a prisão de lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC) nos anos 2000. Após a aposentadoria, em 2023, assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande, cargo que ocupava na atual gestão do prefeito Alberto Mourão.
A execução de Fontes causou forte repercussão no meio político e policial. A expectativa é de que as autoridades ofereçam uma resposta rápida ao caso e consigam esclarecer as motivações por trás do atentado.
