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Rompimento de barragem em loteamento leva Polícia Civil a investigar possível crime ambiental

Acidente aconteceu em Jaraguari, a 30 km de Campo Grande, e destruiu casas; não há registro de feridos

20 agosto 2024 - 14h50Ricardo Eugenio
A força da água e lama interditou a BR-163 nos quilômetros 50 e 51, causando grandes transtornos para o tráfego. A rodovia foi parcialmente liberada, mas o fluxo ainda é complicado.
A força da água e lama interditou a BR-163 nos quilômetros 50 e 51, causando grandes transtornos para o tráfego. A rodovia foi parcialmente liberada, mas o fluxo ainda é complicado. - (Foto: Reprodução)

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul está investigando o rompimento de uma barragem em um loteamento na região de Jaraguari, que aconteceu na manhã desta terça-feira (20).

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O acidente causou a destruição de várias residências e bloqueou um trecho da BR-163, uma das principais rodovias do estado. Apesar da gravidade da situação, não há registro de feridos, apenas danos a animais, como cães e bovinos, que foram atingidos.

Como aconteceu o rompimento? Conforme as primeiras informações, a barragem, que é de propriedade da empresa A & A Empreendimentos Imobiliários S/C LTDA, cedeu por motivos ainda desconhecidos.

Moradores locais relataram que o lago artificial, presente no loteamento, era utilizado para atividades de lazer mediante uma taxa mensal de R$ 400. Com o rompimento, a água escoou rapidamente, alagando a rodovia e provocando destruição em diversas casas próximas. A Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros e equipes da CCR MSVia foram acionados para conter a situação e prestar socorro aos atingidos.

O que diz a Polícia Civil? A Delegacia de Crimes Ambientais (Decat) está à frente das investigações e enviou equipes ao local assim que o incidente foi reportado.

A delegada Gabriela Stainle afirmou que o foco inicial da investigação será determinar se houve falhas na manutenção da barragem, o que poderia configurar um crime ambiental. A hipótese é de que o caso possa se enquadrar no artigo 54 da Lei de Crimes Ambientais, que responsabiliza por negligência quando não se tomam medidas para evitar danos graves ao meio ambiente.

“O caso será registrado como uma possível infração ao artigo 54, parágrafo 3º, da lei de crimes ambientais, que se refere à omissão em adotar medidas preventivas diante de risco de dano ambiental grave ou irreversível”, explicou o delegado Danilo Mansur, da delegacia de Jaraguari.

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A represa, onde o rompimento ocorreu, pertence à empresa A & A Empreendimentos Imobiliários S/C Ltda. A área é utilizada para lazer, mediante pagamento, mas o uso é restrito a quem paga uma taxa mensal.

A água em Campo Grande está segura? Após o rompimento, houve preocupação entre os moradores de Campo Grande sobre uma possível contaminação da água que abastece a cidade.

No entanto, a concessionária Águas Guariroba, responsável pelo fornecimento de água na capital, garantiu que o incidente não impacta a qualidade da água que chega às residências. A empresa destacou que o abastecimento de Campo Grande é feito por fontes distintas, como os córregos Guariroba e Lageado, além de poços subterrâneos, todos com rígido controle de qualidade.

Ainda assim, há apreensão em relação ao impacto ambiental nos córregos e rios próximos ao local do acidente. Órgãos ambientais estão monitorando esses possíveis danos, mas uma avaliação mais detalhada ainda será feita.

Qual é a situação agora? Equipes permanecem no local avaliando os danos e prestando assistência. A BR-163, que ficou completamente coberta por lama e água, já foi parcialmente liberada, mas o trânsito ainda está complicado na região. As autoridades locais estão em alerta para o risco de novos deslizamentos ou desastres, caso o terreno continue instável.

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