Na manhã de quarta-feira (25 de junho), a Polícia Federal prendeu o piloto Roberval Andrade, conhecido por vencer corridas da Fórmula Truck. Aos 54 anos, ele foi preso em São Paulo, suspeito de participar de um esquema de corrupção e troca de favores ilegais.
Roberval é investigado por ter ajudado a liberar, de forma irregular, um helicóptero avaliado em R$ 700 mil, com ajuda de policiais civis e advogados. Segundo a investigação, o piloto pagaria propina (dinheiro ilegal) para conseguir documentos que soltassem o helicóptero.
De campeão a investigado - Roberval tem mais de 25 anos de carreira e já ganhou quatro títulos importantes nas pistas. Ele corre hoje pela equipe AGS Motorsport, ligada à Mercedes-Benz.
Mas agora seu nome aparece por outro motivo: ele teria participado de conversas e acordos ilegais com policiais civis que passavam informações sigilosas em troca de dinheiro.
Helicóptero no centro da confusão - A investigação da Polícia Federal mostra que Roberval Andrade queria liberar um helicóptero bloqueado pela Justiça, e para isso teria pago dinheiro a pessoas ligadas ao caso. Em mensagens interceptadas pela PF, os envolvidos diziam que “estava tudo certo, só faltava pagar”.
O policial Marcelo "Bombom", também preso, teria sido o intermediário entre Roberval e o advogado Anderson Domingues, conhecido como “DR”. Outro policial, Sérgio Ricardo Ribeiro, chamado de “Serginho Denarc”, também foi preso.
Nota da equipe do piloto - A equipe AGS Motorsport disse que soube da prisão pela imprensa e que ainda não teve acesso aos documentos do caso. Em nota, afirmou que confia na Justiça e que Roberval sempre teve boa conduta dentro da equipe.
Eles afirmaram que vão esperar mais informações para tomar decisões sobre o futuro do piloto.
Ligação com outra operação da PF - A prisão de Roberval é parte da Operação Augusta, que surgiu depois da Operação Tacitus, feita no fim de 2024. Nessa ação anterior, a PF prendeu policiais e um delegado acusados de vender proteção, liberar bens apreendidos e até ajudar criminosos em troca de dinheiro.
O caso envolve também o assassinato de um delator chamado Vinícius Gritzbach, que teria contado tudo à polícia antes de morrer. Agora, com novas provas, a PF diz que o esquema continuava acontecendo com outras pessoas, inclusive com ajuda de policiais.
O que pode acontecer agora - Roberval, os policiais e os outros envolvidos poderão responder por corrupção, lavagem de dinheiro, uso de documentos falsos e violação de sigilo. As investigações seguem em segredo de Justiça.
A defesa de Roberval informou que vai pedir acesso ao processo e só vai se manifestar oficialmente depois disso.
