
O avião que caiu na última terça-feira (23) em uma área rural de Aquidauana, a 140 km de Campo Grande, matando quatro pessoas, já havia sido apreendido em 2019 pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) da Polícia Civil. Na época, a aeronave foi flagrada realizando transporte clandestino de passageiros e apresentava problemas de manutenção. Mesmo assim, foi devolvida ao dono por decisão judicial e voltou a operar em 2024.

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Equipes da Polícia Civil e do Cenipa atuam no local da queda da aeronave em Aquidauana
A queda matou o arquiteto chinês Kongjian Yu, os documentaristas brasileiros Luiz Fernando Ferraz e Rubens Crispim Jr., além do piloto Marcelo Pereira de Barros. Os corpos foram encontrados carbonizados, o que dificultou a identificação imediata.
Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave estava habilitada apenas para voos diurnos, ou seja, que exigem visibilidade total do terreno
As equipes do Dracco, sob comando da delegada Ana Cláudia Medina, seguem no local coletando provas, testemunhos e vestígios do acidente. O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), ligado à Força Aérea Brasileira, também participa da investigação.
As primeiras informações apontam que o piloto tentou pousar e arremeteu logo em seguida. Diferente das versões iniciais, não havia animais na pista no momento da tentativa. Outro ponto investigado é o horário da tentativa de pouso, cerca de 30 minutos após o período permitido para operações visuais, o que pode ter contribuído para o acidente.
Segundo a Polícia Científica de MS, os corpos foram levados ao Núcleo Regional de Medicina Legal de Aquidauana. Um dos mortos já foi parcialmente identificado por impressões digitais e todos os corpos passarão por exames de DNA, o que pode demorar mais dias para ser concluído. No caso do arquiteto Kongjian Yu, o exame necroscópico aguarda autorização da família, respeitando protocolos legais internacionais.
