
Uma quadrilha especializada no tráfico de animais silvestres foi desarticulada pela Polícia Militar Ambiental de Miranda durante operação realizada na sexta-feira (15), em Bodoquena. A ação, que integra a Operação Bocaiúva, prendeu quatro homens e apreendeu animais da fauna brasileira mantidos em situação de maus-tratos, além de veículos e diversos materiais usados na captura e transporte.
A equipe chegou até os suspeitos após uma denúncia sobre atividade ilegal nas proximidades de um balneário na zona rural do município. Durante a abordagem a um veículo com quatro ocupantes, os policiais notaram o nervosismo do grupo e encontraram no carro rádios comunicadores, lanternas, estilingue e cordas. As explicações dadas sobre o material foram contraditórias, o que motivou a ida até o local da denúncia.
No ponto indicado, os policiais confirmaram o crime ambiental: uma cobra e um lagarto verde estavam confinados dentro de garrafas plásticas de cinco litros. Além disso, duas aranhas-caranguejeiras foram encontradas aprisionadas em uma caixa de isopor e em outro recipiente. O caso mais grave era o de um filhote de macaco-prego, encontrado em uma caminhonete, visivelmente desnutrido e acondicionado em uma caixa.
Também foram apreendidas sete caixas plásticas para transporte de pequenos animais, uma delas já montada e com isca de frutas, instalada na mata, usada especificamente para atrair macacos.
Organização estruturada e rota interestadual - De acordo com a Polícia Militar Ambiental, a quadrilha operava com estrutura bem definida: havia integrantes encarregados pela captura dos animais, outros pelo suporte logístico e também quem ficava responsável pelo transporte até os compradores, que estariam nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
A ação resultou na prisão em flagrante dos quatro suspeitos, que foram levados à Delegacia de Polícia Civil de Bodoquena. Os veículos e os materiais utilizados também foram recolhidos. Cada um dos presos foi multado em R$ 16.250, totalizando R$ 65 mil em autuações por crimes ambientais.
Os animais que estavam em boas condições de saúde — como a cobra, o lagarto e as aranhas — foram devolvidos ao habitat natural. Já o filhote de macaco-prego foi levado ao pelotão da PMA de Miranda para receber cuidados veterinários e será encaminhado ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande.

