Entre os dias 3 e 10 de outubro de 2025, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu 83 pessoas em todo o país durante a Operação Alerta Lilás, iniciativa inédita voltada para o combate a crimes contra mulheres, em referência ao Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher, celebrado em 10 de outubro.
Os detidos tinham mandados de prisão em aberto por diversos crimes, incluindo feminicídio, estupro, agressão, homicídio e descumprimento de medidas protetivas. Segundo o diretor-geral da PRF, Antonio Fernando Oliveira, crimes contra mulheres exigem atenção prioritária, considerando a vulnerabilidade das vítimas.
O Alerta Lilás utiliza sistemas integrados de inteligência e tecnologia, conectando o Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP) a mais de 300 unidades operacionais da PRF. Isso permite identificar e abordar indivíduos em trânsito nas rodovias, postos de pedágio, pontos de descanso e outros locais estratégicos.
De acordo com a diretora de inteligência da PRF, Nádia Zilotti, a abordagem em rodovias exige técnicas diferentes das usadas em áreas urbanas, garantindo a prisão segura de indivíduos com mandado em aberto.
Prisões
Dos 83 detidos, 54 foram presos por não pagamento de pensão alimentícia, considerado crime patrimonial contra vulnerável. Os demais mandados foram cumpridos por:
- Estupro de vulnerável: 7
- Homicídio, feminicídio e tentativa de homicídio: 6
- Lesão corporal com aumento de pena: 6
- Descumprimento de medida protetiva: 5
- Ameaça e violência doméstica: 3
- Apropriação indébita com violência patrimonial: 1
A operação concentrou 47% das prisões nas principais rodovias federais, com destaque para a BR-101 (14 prisões), seguida pela BR-364 (9 prisões), BR-070 (6 prisões), BR-163 (5 prisões) e BR-230 (5 prisões).
Enfrentamento à subnotificação
O combate à violência de gênero enfrenta o desafio da subnotificação, que pode atingir até 61%, segundo o Mapa Nacional da Violência de Gênero, do Senado Federal e DataSenado.
Denúncias podem ser feitas pelo Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), disponível 24 horas, ou via WhatsApp (61) 9610-0180. Em caso de emergência, deve-se acionar a Polícia Militar pelo 190.
