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POLÍCIA

Suspeito preso por envolvimento no assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz Pontes

Homem detido no Morumbi é o sexto preso; investigação aponta que ele organizou transporte de participante do crime

15 outubro 2025 - 14h35
Danilo Pereira Pena, conhecido como Matemático, foi preso por suspeito de envolvimento na morte de Ruy Ferraz (à direita)  Foto: Reprodução/TV Globo
Danilo Pereira Pena, conhecido como Matemático, foi preso por suspeito de envolvimento na morte de Ruy Ferraz (à direita) Foto: Reprodução/TV Globo - Foto: Reprodução/TV Globo

A Polícia Civil de São Paulo prendeu, na manhã desta quarta-feira (15), mais um suspeito de participação no assassinato do ex-delegado geral da corporação Ruy Ferraz Pontes. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o homem tem 36 anos e foi detido na região do Morumbi, na zona sul da capital paulista. O nome do suspeito não foi divulgado pelas autoridades.

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De acordo com as investigações, essa é a sexta prisão relacionada ao caso. As apurações apontam que o detido teria sido responsável por organizar o transporte de outra pessoa que participou diretamente do crime. A prisão integra a operação policial em curso desde o assassinato, na busca por esclarecer a dinâmica da execução e responsabilizar todos os envolvidos.

O crime e as imagens de perseguição - Ruy Ferraz foi assassinado em 15 de setembro, na cidade de Praia Grande, no litoral de São Paulo. As imagens captadas por câmeras de segurança mostram uma sequência dramática: o carro de Ferraz aparece em alta velocidade, sendo perseguido até capotar entre dois ônibus ao tentar acessar uma avenida. Pouco depois, o veículo que vinha na perseguição colidiu com um dos ônibus e, do carro perseguidor, três homens desembarcaram armados com fuzis. Dois deles se aproximaram do veículo de Ferraz e efetuaram os disparos. Em seguida, os executores fugiram pela mesma avenida utilizada durante a perseguição.

As imagens tornaram-se peça-chave nas investigações ao permitir a identificação de rotas, movimentos e comportamentos dos suspeitos antes e depois do crime. Desde então, a Polícia Civil tem intensificado diligências, cumprido mandados de prisão e analisado material de prova para fechar o cerco sobre a organização responsável pela morte.

Ruy Ferraz Pontes foi delegado por mais de quatro décadas. Ao longo da carreira, passou por setores estratégicos da Polícia Civil, incluindo a Divisão de Homicídios do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Chefiou a Delegacia Geral de Polícia do Estado de São Paulo e acumulou ampla experiência em investigações complexas. Antes de se aposentar, Ferraz foi responsável por prisões de lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC) nos anos 2000, o que marcou sua trajetória por episódios de grande repercussão na segurança pública paulista.

Após a aposentadoria, Ruy Ferraz assumiu o cargo de secretário de Administração da prefeitura de Praia Grande, função que exercia no momento do assassinato. A escolha do local do crime, próximo à prefeitura e ao fórum municipal, aumentou a comoção local e levantou questões sobre a motivação e a exposição do ex-delegado.

Com a prisão desta quarta-feira, as autoridades somam seis detenções relacionadas ao homicídio. A Secretaria de Segurança Pública tem mantido a linha de investigação focada em identificar a cadeia de comando que teria planejado e executado o atentado, além dos responsáveis por logística, transporte e fuga.

Segundo fontes envolvidas nas investigações, a polícia segue duas frentes: responsabilizar os executores materiais e desarticular a estrutura que possibilitou o crime, incluindo fornecedores de veículos, armas e meios para ocultação dos autores. A detenção do homem encontrado no Morumbi, segundo as autoridades, reforça a hipótese de que houve coordenação logística sofisticada para viabilizar a execução.

A investigação também vem analisando registros telefônicos, imagens de circuito interno, movimentações financeiras e depoimentos de testemunhas. Onde necessário, as equipes têm solicitado medidas judiciais — como quebra de sigilos e mandados de busca e apreensão — para avançar na coleta de provas e consolidar o caso para eventual denúncia formal pelo Ministério Público.

Repercussão institucional e comunitária - O assassinato de um ex-delegado com a trajetória de Ruy Ferraz provocou forte repercussão na corporação, entre autoridades de segurança e na comunidade local de Praia Grande. A morte reacendeu discussões sobre a segurança de agentes públicos mesmo após a aposentadoria e levantou questionamentos sobre a exposição de figuras públicas que enfrentaram organizações criminosas durante suas carreiras.

Autoridades estaduais ainda não divulgaram todos os detalhes da operação que resultou na prisão do suspeito apreendido no Morumbi, citando a necessidade de preservar linhas de investigação e a integridade do processo policial. Também não houve, até o momento, manifestação pública por parte da defesa do detido — que, segundo padrão das investigações em andamento, deverá ter direito a apresentação perante autoridades judiciárias e eventual assistência de advogado.

Com a identificação e prisão progressiva de suspeitos, o próximo passo das autoridades é encaminhar os elementos coletados ao Ministério Público para avaliação da possibilidade de oferecimento de denúncia formal contra os envolvidos. A partir disso, os suspeitos podem responder por crimes que incluem homicídio, formação de quadrilha, porte e uso de armas de calibre restrito, entre outras qualificações que o caso possa configurar, dependendo das provas reunidas.

A Polícia Civil mantém o compromisso de concluir a investigação com celeridade e transparência, segundo comunicados oficiais anteriores, e tem cooperado com o poder judiciário e o Ministério Público para a condução adequada dos atos processuais.

O episódio também reacende debates sobre a atuação de organizações criminosas no litoral paulista e sobre a segurança de autoridades que enfrentaram facções em linhas de frente. A morte de um policial de carreira expõe fragilidades e exige respostas integradas das esferas municipal, estadual e federal para prevenção e repressão a crimes de alto impacto e para proteção de agentes públicos.

Enquanto as investigações prosseguem, a comunidade de Praia Grande e familiares de Ruy Ferraz acompanham a movimentação das autoridades na expectativa de que todos os envolvidos sejam identificados e responsabilizados.

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