
Morto na noite de ontem (12), o policial paraguaio Hugo Ronaldo Acosta, 32, foi assassinado com 36 tiros de pistola calibre 9mm em Pedro Juan Caballero, ao lado de Ponta Porã, a 298 km de Campo Grande. Ele estava em um Voyage e foi interceptado por bandidos que estavam numa caminhonete, informou a imprensa local. Acosta foi o segundo policial paraguaio morto num intervalo de menos de 24 horas.

A maioria dos disparos atingiu Acosta na cabeça, o que provocou sua morte por traumatismo craniano. Após o agente ser atingido, a arma dele foi levada de dentro de seu carro. Um homem vestindo uma camisa preta foi visto se aproximando do veículo, pegando a arma e deixando o local, escondendo o objeto.
Após o crime, ocorrido na Rua Palma, uma caminhonete Toyota Allion zul foi encontrada em chamas no bairro Maria Auxiliadora, na periferia de Pedro Juan. A polícia acredita que o veículo, que tinha uma queixa de roubo feita no dia 11 de setembro último, tenha sido o usado pelos assassinos do policial. Acosta trabalhava na 10ª delegacia de Bella Vista.
Outra execução - Na manhã de terça-feira, o suboficial da polícia paraguaia Pastor Miltos Duarte foi morto a tiros quando estava em casa, em Karapai, a cerca de 60 km de Ponta Porã. O agente seria ligado ao ex-deputado paraguaio Carlos Rubens Sanches Garcete, conhecido como Chicarô, executado dentro de casa, em Pedro Juan Caballero, no dia 7 de agosto deste ano, durante uma disputa por território em Capitán Bado, na divisa de Coronel Sapucaia com Pedro Juan.
Investigações da Polícia Nacional do Paraguai indicam que a morte de Chicarô tenha sido encomandada por US$ 1 milhão. O político estaria ligado ao tráfico internacional de drogas e teria se envolvido numa guerra entre facções rivais em 2019 em Capitán Bado, sua cidade natal.
Mais mortes na fronteira - No último sábado, quatro pessoas foram mortas numa chacina ocorrida em Pedro Juan. Na segunda-feira, seis brasileiros foram presos por suspeita de participação nos assassinatos. Todos decidiram ficar calados perante a Justiça e continuam detidos no Departamento de Investigação Criminal. O crime teria sido motivado por um acerto de contas entre traficantes.
Os suspeitos foram identificados como Hywulysson Foresto; Juares da Silva; Luis Fernando Armando e Silva Simões; Gabriel Veiga de Sousa; Farley José Cisto da Silva Leite Carrijo e Douglas Ribeiro Gomes. O grupo estava em uma casa numa área conhecida como Villa Estefan, em Pedro Juan Caballero. Três veículos que estavam no local também foram apreendidos.
A investigação prelimianar aponta que o alvo dos bandidos seria apenas um dos mortos, identificado como Osmar Alvarez, conhecido como "Bebeto". As demais vítimas foram Haylee Carolina Acevedo Yunis, filha governador de Amambay, Ronald Acevedo; e as brasileiras Kaline Reinoso de Oliveira e Rhamye Jamilly Borges de Oliveira. Todos saíam de um uma casa de festas da região.
O subcomandante da Polícia Nacional do Paraguai, coronel Gilberto Fleitas, informou ao ABC Color que não há relação da chacina com outros ataques ocorridos na fronteira.
