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Polícia procura homem suspeito de feminicídio em Costa Rica

Juliano Pinheiro de Oliveira fugiu em uma motocicleta após matar Rose Antônia de Paula; casal tinha histórico de violência doméstica

29 junho 2025 - 11h15Iury de Oliveira
Cartaz divulgado com a imagem de Juliano e da motocicleta
Cartaz divulgado com a imagem de Juliano e da motocicleta - (Foto: PCMS)

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul divulgou neste domingo (29) um cartaz de procurado para localizar Juliano Pinheiro de Oliveira, de 40 anos, suspeito de matar a companheira Rose Antônia de Paula, de 41. O crime aconteceu na noite de sexta-feira (27), em uma quitinete localizada em Costa Rica, cidade a cerca de 326 quilômetros de Campo Grande. O corpo da vítima só foi descoberto na manhã de sábado (28).

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Segundo a investigação, Juliano é o principal suspeito de ter desferido um golpe de facão no pescoço de Rose. Imagens de câmeras de segurança e relatos de testemunhas apontam que ele deixou o local do crime por volta das 21h, pilotando uma motocicleta Yamaha Factor vermelha com placa de Costa Rica. A Polícia Civil pede que qualquer informação sobre o paradeiro do homem seja repassada para a Delegacia de Costa Rica pelo telefone (67) 3247-6500. O sigilo é garantido.

Facão usado no crime foi encontrado no local - Peritos da Polícia Científica estiveram no local do crime e encontraram o facão que teria sido usado no assassinato, além de outros elementos que estão sendo analisados. Sobre a cama da quitinete, estavam os documentos de ambos: o RG de Rose Antônia e a CNH de Juliano Pinheiro. Os vestígios reforçam a suspeita de que o crime foi cometido com premeditação e extrema violência.

Amigas encontraram o corpo após desconfiança - Na manhã de sábado, amigas de Rose estranharam a ausência da mulher no café da manhã que elas costumavam tomar juntas em um restaurante próximo da residência. Após tentarem contato telefônico sem sucesso, decidiram ir até a quitinete. Chegando ao local, perceberam que havia sangue escorrendo por baixo da porta. Assustadas, acionaram a Polícia Militar, mas antes mesmo da chegada da equipe, as mulheres forçaram a entrada e encontraram Rose já sem vida.

Relacionamento conturbado e histórico de agressões - Conforme informações de testemunhas ouvidas pela polícia, o casal mantinha um relacionamento há vários anos, marcado por episódios de violência doméstica. Rose morava atualmente em Bonito e tinha viajado até Costa Rica para visitar Juliano. Ela planejava retornar para casa no sábado, mas não chegou a embarcar. O crime reacende o alerta para casos de feminicídio no estado e destaca a importância das denúncias preventivas em casos de agressão e abuso.

Feminicídio em MS: números preocupam - Casos de feminicídio têm crescido no Mato Grosso do Sul. Segundo dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública, somente no primeiro semestre de 2025, já foram registrados mais de 20 casos de assassinato de mulheres motivados por gênero. A violência doméstica é apontada como o principal fator de risco. Organizações de apoio às mulheres reforçam que qualquer sinal de ameaça deve ser levado a sério e denunciado imediatamente.

Polícia mantém investigação ativa e reforça apelo à população - A Delegacia de Polícia Civil de Costa Rica continua as diligências para localizar Juliano Pinheiro. A Polícia não descarta a possibilidade de que ele tenha deixado o estado, mas também não há, até o momento, registros oficiais de sua saída. O delegado responsável pelo caso, que preferiu não ter o nome divulgado, afirmou que “qualquer informação, mesmo que pareça pequena, pode ser crucial para localizar o suspeito e garantir justiça à vítima”.

Apelo por justiça e proteção às mulheres - O caso de Rose Antônia mobilizou moradores de Costa Rica e também a população de Bonito, onde ela residia. Nas redes sociais, amigos e familiares prestaram homenagens e pediram por justiça. “Era uma mulher alegre, batalhadora, que não merecia esse fim”, comentou uma das amigas da vítima.

Organizações feministas e movimentos sociais também manifestaram solidariedade à família de Rose e cobraram ações mais efetivas do poder público para coibir a violência contra a mulher. Entre as demandas estão a ampliação das casas de acolhimento, medidas protetivas mais ágeis e campanhas de conscientização.

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