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DESENROLAR DA CHACINA

Polícia paraguaia trabalha com hipótese de chacina ter sido por motivo passional

Durante a investigação, foi constatado que o Faustino morava em cela de luxo e no momento, sua companheira, Mirna Keldryn Romero Lesme, 22, estava no local

14 outubro 2021 - 17h40Carlos Ferreira
A jovem estava em uma cela de luxo
A jovem estava em uma cela de luxo - (Foto: Divulgação/ABC Color)

Na procura pelo motivo que levou a chacina que aconteceu no último sábado (9) em Pedro Juán Caballero, próximo de Ponta Porã, a 450 km de Campo Grande, a polícia paraguai foi até a cela de Faustino Ramón Aguayo Cabañas, 44. Durante a investigação, foi constatado que o Faustino morava em cela de luxo e no momento, sua companheira, Mirna Keldryn Romero Lesme, 22, estava no local.

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Segundo o jornal ABC Color, os investigadores do país vizinho agora trabalham com a hipótese de crime passional para a chacina. Mirna, de acordo com a publicação, seria ex-namorada de uma das vítimas assassinadas pelos criminosos, Osmar Vicente Álvarez Grande, de 32 anos, mais conhecido como Bebeto. Inicialmente, a suspeita da polícia paraguaia era de um acerto de contas entre traficantes, uma vez que Bebeto tinha uma dívida com Cabañas. Bebeto foi morto com 31 tiros.

Cabañas e Keldryn estavam em um cela com televisão, armários embutidos, cama box, três telefones celulares e até uma mesa de bilhar. O flagrante ocorreu durante operação da Polícia Nacional em busca de pistas sobre o assassinato de quatro pessoas, três delas brasileiras, na madrugada de sábado (9).

Na ocasião, os jovens foram executados na saída de uma casa noturna em Pedro Juan Caballero. A polícia investiga se os homens, que dispararam mais de cem tiros de fuzil, têm relação com a facção criminosa de São Paulo que domina os presídios brasileiros. Entre as vítimas, estava Haylee Carolina Acevedo Yunis, de 21 anos, filha de Ronald Acevedo, governador de Amambai, no Paraguai. Além da jovem e de Bebeto, outras duas brasileiras foram mortas: Kaline Reinoso de Oliveira, 22, e Rhamye Jamilly Borges de Oliveira, 18.

Keldryn, encontrada na cela com o traficantes nesta manhã, é filha do advogado Óscar Romero, chefe de Salubridade e Higiene de Pedro Juan Caballero e ex-vereador. Romero é braço direito do prefeito reeleito José Carlos Acevedo, e ocupou o cargo de prefeito interino durante a licença de Acevedo para disputar a reeleição. José Carlos Acevedo é irmão do governador de Amambay, Ronald Acevedo, e tio de Haylee Carolina, morta no sábado.

De acordo com a polícia, Keldryn e Haylee eram amigas. Os novos fatos mudam a linha de investigação, que apontava Haylee como vítima colateral do atentado. Para as autoridades, ela estava apenas "no lugar errado e na hora errada".

Segundo os investigadores paraguaios, Keldryn tem vínculo com grupos de narcotraficantes que atuam no país. Em setembro do ano passado, a jovem se casou com o ex-agente da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) Carlos Gustavo Rodríguez, que se demitiu da instituição e foi posteriormente investigado por supostos vínculos com a facção paulista. Rodríguez foi assassinado em dezembro.

Cabañas está preso desde maio deste ano, acusado de tráfico de drogas. Ele foi alvo de operações da Senad em 2019, apontado como dono de quase três toneladas de cocaína. Cabañas se entregou à Justiça neste ano. Foi transferido à Penitenciária de Pedro Juan Caballero depois de alegar problemas de saúde, e que seu médico se encontrava naquela cidade. Ele era um dos criminosos mais procurados do Paraguai. Com informações do jornal O Globo.

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