Foi instaurado um inquérito policial em Ivinhema, a 295 km de Campo Grande, para investigar um possível crime de falso testemunho ocorrido durante uma audiência de instrução e julgamento de um caso de tráfico de drogas.
A notificação veio do Ministério Público após uma testemunha mudar seu depoimento de maneira suspeita, inicialmente gravado por vídeo, onde afirmava ser usuária de drogas e comprar entorpecentes de dois indivíduos, para depois alegar na audiência que um dos traficantes também era usuário e que havia sido torturada pelo delegado encarregado do caso.
A situação veio à tona quando a testemunha foi incapaz de identificar corretamente o delegado acusado de tortura, apontando outro que não estava envolvido na investigação e ausente na cidade no período. Investigações adicionais revelaram que a testemunha foi coagida por familiares do réu a alterar seu testemunho em troca de drogas, e orientada pela esposa e pela advogada do réu a fabricar histórias de abusos para enfraquecer a acusação e buscar a absolvição do acusado.
Tanto a testemunha quanto a esposa e a advogada do réu foram indiciadas por falso testemunho majorado e calúnia contra funcionário público. Medidas cautelares foram implantadas para evitar contato entre as investigadas e com testemunhas, sob pena de prisão preventiva. A OAB/MS também foi notificada para avaliar possíveis infrações éticas por parte da advogada envolvida.
