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OPERAÇÃO

Polícia desmantela esquema de fraude tributária que movimentou R$ 1 bilhão em MS

Operação "Colheita Fantasma" investiga emissão de notas fiscais frias para simular venda de grãos e gerar créditos tributários falsos

30 abril 2025 - 09h00Carlos Guilherme
Operação Colheita Fantasma investiga fraude tributária milionária com notas fiscais frias de grãos; um dos suspeitos foi preso em Campo Grande.
Operação Colheita Fantasma investiga fraude tributária milionária com notas fiscais frias de grãos; um dos suspeitos foi preso em Campo Grande. - (Foto: Divulgação/PC)

Fraude tributária envolvendo mais de R$ 1 bilhão em operações fictícias de grãos é alvo da Operação Colheita Fantasma, deflagrada nesta quarta-feira (30) pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.

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A investigação aponta que o grupo criminoso simulava a venda interestadual de produtos agrícolas sem que houvesse circulação real das mercadorias, com o objetivo de gerar créditos tributários ilegais.

Operação Colheita Fantasma investiga fraude tributária milionária com notas fiscais frias de grãos; um dos suspeitos foi preso em Campo Grande.

Coordenada pelo Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), com apoio da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz/MS) e da Receita Federal, a operação cumpriu quatro mandados de busca e apreensão — três em Campo Grande e um em Ivinhema — além de um mandado de prisão temporária contra o principal suspeito de liderar o esquema.

Segundo as autoridades, a fraude provocou prejuízo de mais de R$ 100 milhões aos cofres públicos. Parte das perdas também recai sobre tributos federais.

Notas frias e empresas de fachada - De acordo com o Dracco, o esquema utilizava empresas de fachada em nome de laranjas para emitir notas fiscais eletrônicas falsas, simulando negócios entre estados. Os documentos eram usados para inflar artificialmente o crédito tributário de empresas reais.

Mesmo após o bloqueio de algumas das empresas envolvidas, os investigados seguiram com a fraude ao abrir novas pessoas jurídicas para continuar operando. A estrutura era mantida com contabilidade paralela, movimentações bancárias disfarçadas e supostos contratos de prestação de serviço.

Durante as buscas, os policiais apreenderam documentos fiscais, computadores, contratos e registros financeiros, além de realizar bloqueio de contas bancárias no valor de R$ 20 milhões e o sequestro de bens ligados ao grupo investigado.

A Colheita Fantasma faz parte da 2ª edição da Operação Renorcrim, coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), por meio da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi). A ação tem como objetivo o enfrentamento integrado de organizações criminosas em todo o país.

As investigações seguem com foco na responsabilização criminal, fiscal e patrimonial dos envolvidos, que podem responder por crimes de fraude fiscal estruturada, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e associação criminosa.

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