1º Encontro Regional MIDIACOM MS
CRIME ORGANIZADO

Polícia desarticula célula de facção criminosa após execução em Coxim

Operação conjunta prende sete suspeitos e revela estrutura de grupo envolvido em homicídios na região norte de Mato Grosso do Sul

29 julho 2025 - 08h55Iury de Oliveira
Polícia prende sete por morte ligada a facção em Coxim e investiga conexões com outros crimes na região.
Polícia prende sete por morte ligada a facção em Coxim e investiga conexões com outros crimes na região. - (Foto: PCMS)
Terça da Carne

Uma operação conjunta entre a Polícia Civil e a Polícia Militar desvendou a atuação de uma facção criminosa por trás do homicídio ocorrido no último sábado (26) em Coxim, no norte de Mato Grosso do Sul. A vítima, um homem de 40 anos, foi morta a tiros, em um crime que as autoridades rapidamente passaram a tratar como execução ligada à disputa entre grupos rivais.

Canal WhatsApp

De acordo com a Polícia Civil, o cenário do crime já indicava a ação de uma organização criminosa: a vítima havia sofrido uma tentativa de homicídio em janeiro deste ano, na mesma rua onde foi assassinada. Na ocasião, dois homens em uma motocicleta dispararam contra ele e outro homem que, meses depois, em junho, foi executado em circunstâncias semelhantes. Em todos os casos, foram usadas munições de calibre 9mm, padrão observado em outras execuções atribuídas a facções.

Ação coordenada levou à prisão de sete suspeitos - As investigações avançaram rapidamente com apoio de ações de inteligência e trabalho de campo. A partir da localização da motocicleta usada no crime, os policiais conseguiram identificar o local onde o grupo se reunia para planejar as ações. A casa era controlada por um dos líderes da facção em Coxim.

Ao todo, sete pessoas foram presas. Entre elas estão os dois executores que vieram de Rio Verde de Mato Grosso para cumprir a ordem de matar a vítima. Os suspeitos foram localizados naquela cidade e levados para a Delegacia de Coxim, onde foram autuados em flagrante.

Além do crime de homicídio, os detidos também responderão por integrar organização criminosa. Os depoimentos colhidos durante a investigação revelaram uma estrutura organizada, com divisão clara de tarefas, uso coordenado de veículos, ocultação de provas e uma hierarquia interna.

Perfil e função dos envolvidos - Segundo as investigações, cada integrante do grupo tinha uma função específica na operação criminosa.

O responsável por coordenar o grupo em Coxim forneceu a arma e a motocicleta usadas no crime, além de exercer poder disciplinar sobre os demais integrantes e ter conhecimento prévio da execução que seria realizada.

Dois suspeitos foram designados para cometer o homicídio, ambos vindos de outra cidade, o que confirma o padrão usado pela facção em execuções de rivais.

Um deles, no entanto, desistiu de participar pouco antes do crime, sendo substituído por outro membro da organização, indicado diretamente pelo executor principal.

Outro envolvido, natural de São Paulo e identificado como disciplinar de bairro, ficou encarregado de ocultar a arma usada no crime. Já o mais jovem do grupo, de 18 anos, foi o responsável por recuperar a motocicleta abandonada após o homicídio.

Durante as diligências, foram apreendidos celulares dos investigados, incluindo o aparelho da vítima, que havia desaparecido após o crime. Acredita-se que o conteúdo do celular pode trazer informações relevantes sobre as motivações e conexões do crime com outras ações da facção.

Facção já vinha atuando na região - As forças de segurança destacaram que a estrutura criminosa identificada atua de forma contínua e com padrão semelhante de execução, demonstrando que a facção está estabelecida regionalmente. As execuções seguem um modus operandi recorrente: o uso de armas de fogo de grosso calibre, deslocamento de executores de outras cidades, emprego de veículos para fuga e destruição de provas.

“Essa atuação organizada tem como principal objetivo o domínio territorial e a eliminação de rivais. Os investigados agem de forma coordenada, estável e com divisão de funções muito bem definidas”, destacou um dos investigadores envolvidos na operação.

Prisões preventivas e continuidade das investigações - O auto de prisão em flagrante foi encaminhado ao Poder Judiciário com pedido de conversão das prisões em preventivas para todos os envolvidos. As investigações continuam para identificar outros membros da facção, recuperar a arma usada no crime e apurar ligações com outros homicídios registrados na região.

O trabalho conjunto entre a Polícia Civil, a Polícia Militar e a Polícia Científica foi decisivo para o desfecho rápido da operação. Segundo as autoridades, a ação representa um duro golpe nas atividades da facção criminosa, além de reforçar o compromisso das forças de segurança no enfrentamento ao crime organizado em Mato Grosso do Sul.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop