A Polícia Civil de São Paulo iniciou uma operação para cumprir 1,4 mil mandados de prisão contra suspeitos de violência doméstica e familiar. Na manhã desta terça-feira (30), 225 homens foram presos em diferentes regiões do estado. A ofensiva ocorre em meio à escalada de casos de agressão e ao aumento dos registros de feminicídio.
Batizada de “Ano novo, vida nova”, a operação tem atuação direta das Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) e mobiliza quase 2 mil policiais civis, com apoio de mais de mil viaturas. A ação envolve equipes da capital, da região metropolitana e do interior paulista, em parceria com as polícias judiciárias locais.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP), o objetivo é ampliar a segurança das mulheres, interromper ciclos de violência e garantir o cumprimento de decisões judiciais já expedidas. A operação deve continuar nos próximos dias, com novas prisões previstas.
A iniciativa ocorre após o aumento de casos de violência contra a mulher no estado. Um dos episódios de maior repercussão foi o assassinato de Tainara Souza Santos, de 31 anos, atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro na zona norte da capital. O crime ocorreu na véspera do Natal.
Dados da SSP indicam que a cidade de São Paulo registrou, em dezembro, o maior número de feminicídios da série histórica iniciada em 2015, ano em que o crime passou a ser tipificado em lei federal. Entre janeiro e outubro, foram contabilizados 53 feminicídios no estado, número superior ao de todos os anos anteriores da série. Até então, o maior registro havia sido em 2024, com 51 casos ao longo de 12 meses.
A SSP orienta que mulheres em situação de violência procurem os canais oficiais de atendimento. As denúncias podem ser feitas pelo aplicativo SP Mulher Segura, que conecta vítimas diretamente às forças policiais, ou em uma Delegacia de Defesa da Mulher, que conta com unidades com atendimento 24 horas.
